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"Até síndico de prédio superfatura capacho" diz Cardozo

Ministro da Justiça disse que comportamento da sociedade está entre as causas da corrupção

Brasil|Estadão Conteúdo

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu nesta sexta-feira (21) a reforma política e fez críticas à "cultura" social brasileira, na qual público e privado se misturam. Ele citou comportamentos da sociedade que estariam entre as "causas" da corrupção.

— A classe política é um reflexo de uma sociedade que, ao não distinguir do seu meio o público e o privado, escolhe sem esse critério seus representantes e depois os reprime, legitimamente, mas sem olhar para si.

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Segundo o ministro da Justiça, os mesmos que criticam atos da classe política "são aqueles que quando um guarda de trânsito para e quer multar pensam numa propininha".

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— O mesmo empresário que por vezes protesta, e com razão, dos desmandos dos nossos governantes é aquele que quando chega um fiscal de rendas diz "bem, como podemos acertar isto?. Vivemos numa sociedade que até o síndico de prédio superfatura quando compra o capacho.

Apesar das críticas à sociedade, Cardozo defendeu a punição dura dos que se apropriam do que é público.

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— O ato de corrupção é execrável. É evidente que temos que punir todos os corruptos, mas temos que atacar frontalmente as causas da corrupção." O ministro disse que o Brasil vem avançando nesta questão, mas está em um "processo de transformação muito dolorido, no qual às vezes é mais fácil [adotar] o maniqueísmo.

Para superar os problemas, de acordo com Cardozo, é preciso avançar na realização de uma reforma política para enfrentar questões sobre financiamento de campanha.

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— Ou fazemos uma reforma política no Brasil ou continuaremos a conviver com uma mentalidade promíscua nas próximas décadas em relação a financiamento eleitoral e à forma na qual os nossos representantes são eleitos.

O ministro disse ser favorável ao financiamento público de campanha. Presente no mesmo evento, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Ricardo Lewandowski, também defendeu uma reforma política "que impeça definitivamente a corrupção" e lembrou que a Corte já tem maioria formada para a proibição do financiamento privado de campanhas eleitorais.

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