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Câmara aprova convocação de Cid Gomes para explicar declaração sobre deputados: "400 achacadores" 

Eduardo Cunha chamou ministro de mal-educado e no passado, Lula falou em 300 picaretas

Brasil|Do R7 com Agência Brasil

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Cid Gomes: convocação após falar em "400 achacadores na Câmara"
Cid Gomes: convocação após falar em "400 achacadores na Câmara"

"Tem lá 400 deputados, 300 deputados [para quem] o quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele".

A declaração polêmica, dada pelo ministro da Educação, Cid Gomes, durante visita à Universidade Federal do Pará na última sexta-feira (27), gerou revolta entre parlamentares, que aprovaram nesta quarta-feira (4) requerimento do líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), de convocação do ministro para dar esclarecimentos.


“Ele vai ter de explicar quem são os achacadores do Congresso”, afirmou Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara e "padrinho" da convocação. "Um governo que tem como lema 'Pátria Educadora' não pode ter um ministro da Educação mal-educado”, disse Cunha.

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Os "300 picaretas" de Lula

Uma frase parecida com a do ministro foi dita em setembro de 1993 pelo então pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva: "Há no congresso uma minoria que se preocupa e trabalha pelo País, mas há uma maioria de uns 300 picaretas que defendem apenas seus próprios interesses".


A declaração do político, eleito nove anos Presidente da República, inspirou até uma música da banda Paralamas do Sucesso — Luiz Inácio (300 picaretas). A execução da música, cujo refrão diz "Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou/São 300 picaretas com anel de doutor", chegou a ser proibida em um show em 1994 em Brasília.

Convite ou convocação?


Após a aprovação do requerimento, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) determinou que a Secretaria-Geral da Mesa tomasse as providências necessárias para que o ministro compareça para prestar esclarecimentos sobre suas declarações.

Durante os debates, alguns líderes da base aliada do governo, como André Figueiredo (PDT-CE), Sibá Machado (PT-AC) e Domingos Neto (PROS-CE), defenderam a transformação do requerimento de convocação em requerimento de convite – que não obriga o comparecimento do ministro. No caso de convocação, o ministro pode ser punido por crime de responsabilidade se não comparecer.

Líder do governo na Casa, o deputado José Guimarães (PT-CE) pediu que os deputados tivessem calma e não chegassem a um processo de radicalização, transformando as declarações do ministro em crise. "Não podemos tocar fogo num paiol como se fosse o fim do mundo. Foi uma declaração infeliz, mas prefiro trabalhar para que o ministro venha aqui e esclareça tudo para retomarmos o diálogo”, ponderou.

O líder do PROS, partido do ministro, alegou que a declaração merece uma contextualização. “Ele estava respondendo às reivindicações de aluno, dizendo que os problemas levantados não eram da alçada do Executivo, mas do Legislativo. E a frase foi tirada do contexto”. Para Domingos Neto, não era necessária a convocação porque o ministro sempre se dispôs a ir ao Congresso.

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