Clima esquenta entre PT e PSDB na votação do Marco Civil da Internet no Senado
Tucano Aécio Neves e petista Lindbergh Farias trocam farpas durante discussão do texto
Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília
Durante a discussão do texto do Marco Civil da Internet no plenário do Senado, nesta terça-feira (22), o senador e pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves (MG), e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) trocaram provocações na tribuna do plenário. O tucano Mário Couto (PA) saiu em defesa de Aécio e também entrou na discussão.
Os senadores debatiam o requerimento, apresentado pelo PMDB, para inversão da pauta do plenário. Com a manobra, o projeto do Marco Civil, que era o último item da pauta, passou a ser o primeiro.
A estratégia é para dar celeridade à tramitação e permitir que o texto seja enviado para sanção da presidente Dilma Rousseff o mais rápido possível.
Leia mais notícias de Brasil e Política
No entanto, partidos de oposição como o DEM e o PSDB, se posicionaram contra a aprovação imediata do texto e pediram mais tempo para analisar a proposta e apresentar emendas que pudessem melhorá-la.
O PSDB acusa a presidente Dilma Rousseff de interferir no Senado, exigindo a aprovação do texto para apresentá-lo, como lei, na conferência internacional sobre governança da internet, que começa nesta quarta-feira (23), em São Paulo.
Mas, para Lindbergh Farias, a estratégia dos tucanos foi "um tiro no pé". O senador alegou que o projeto é de interesse de todos os brasileiros e se posicionar contra o Marco Civil da Internet é contrariar o interesse do povo.
Aécio Neves reagiu à provocação e acusou Farias de querer "apequenar" o debate, levando a discussão para o âmbito político. O tucano disse ainda que o petista estava atrasado na discussão.
— O senador Lindbergh chegou agora e não sabe do que está falando.
Lindbergh pediu novamente a palavra para responder à Aécio, e acusou o senador de não ter autoridade para falar de atrasos e assiduidade.
— O senhor [Aécio] não é dos mais assíduos aqui, então não venha falar de autoridade.
Mário Couto (PSDB-PA) entrou na discussão e, com o dedo em riste, se aproximou de Lindbergh para defender Aécio Neves e seu partido. O senador petista reagiu.
— Não aponte o dedo para a minha cara, não.
Como os ânimos se exaltaram, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que está presidindo a sessão, foi obrigado a cortar os microfones do plenário e encerrar o debate.
— Eu peço aos senadores calma. Nós encerraremos o debate e vamos abrir o painel para fazer a apuração dos votos.
A oposição foi derrotada e o requerimento de inversão de pauta foi aprovado por 46 votos a favor e 15 contrários. Com isso, os senadores devem votar ainda nesta terça-feira o Marco Civil da Internet.