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Comissão localiza dados que podem levar a restos mortais de desaparecidos da ditadura

Fichas com digitais de pessoas enterradas como indigentes no Rio de Janeiro são uma das pistas

Brasil|Da Agência Brasil

Os restos mortais de Paulo Torres Gonçalves e Joel Vasconcelos Santos, desaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985), podem estar perto de serem localizados. De acordo com André Saboia, secretário executivo da CNV (Comissão Nacional da Verdade), há cerca de um mês foram encontradas fichas datiloscópicas de pessoas enterradas como indigentes no Rio de Janeiro. Com base nessas informações, a CNV pode chegar aos locais onde eles foram enterrados como indigentes.

— Nós descobrimos esse fichário, no Rio de Janeiro, que nunca tinha sido acessado. São várias fichas datiloscópicas. A comissão – com seus pesquisadores no Rio de Janeiro, com o apoio do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, com uma boa relação com o governo do estado – abriu esses arquivos policiais. Nunca tinha havido acesso tão pleno a essa documentação.

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Com o cruzamento de dados, como os das datas de morte, do desaparecimento e do laudo com a comparação das digitais, foi possível identificar os cemitérios para onde os corpos foram levados. Com isso, será possível investigar os livros dos cemitérios de Ricardo de Albuquerque e da Cacuia, para identificar o local exato onde os restos mortais foram enterrados.


Paulo Torres Gonçalves era estudante e desapareceu em março de 1969, depois de sair de casa para ir ao colégio. Joel Vasconcelos Santos também era estudante e fazia parte do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Ele foi preso em 1971, próximo ao Morro do Borel, na Tijuca, e nunca mais foi visto.

Nesta quarta-feira (10), a Comissão Nacional da Verdade entregará à presidenta Dilma Rousseff o relatório com o resultado de mais de dois anos de trabalho.

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