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Cunha diz que era "dependente" do cartão de crédito da mulher

Família do deputado comprou em lojas de grife e jantou em restaurantes de luxo no exterior 

Brasil|Do R7

Claudia Cruz é declaradamente dona de casa
Claudia Cruz é declaradamente dona de casa

Os gastos de centenas de milhares de dólares no exterior feitos pela família do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foram, segundo ele, pagos por meio de um cartão de crédito da mulher dele, a dona de casa Claudia Cruz. O parlamentar deu essa justificativa nesta quinta-feira (19) ao tentar explicar que não tinha vínculo com uma conta da mulher.

— As despesas efetuadas no exterior são de cartão de crédito da minha esposa. Ela não é objeto dessa representação [no Conselho de Ética]. Vossa Excelência não tem um gasto, e Vossa Excelência detém todos os extratos com relação às contas de truste... Vossa Excelência não tem cartão de crédito cuja titularidade seja minha. Eu era apenas dependente de cartão de crédito da minha esposa. A conta era dela. Ela cumpriu os requisitos do Banco Central, que não detinha saldo superior a US$ 100 mil.

Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), com base em informações fornecidas por procuradores suíços, somente Claudia gastou US$ 44 mil (R$ 154 mil) em lojas de grife em Paris, Roma, Lisboa e Dubai. No dia 9 de janeiro de 2014, a dona de casa fez a maior compra em uma única loja descrita na denúncia: gastou US$ 7.707,37 (cerca de R$ 30 mil) na Chanel de Paris.

Um exemplo dos gastos é o do Ano-Novo 2012/2013, em Cunha que gastou no cartão de crédito US$ 42,2 mil, em uma semana. Na ocasião, ele pagou US$ 23 mil em um apart-hotel de luxo em Miami. As contas de três restaurantes somaram US$ 6.100. Também foram feitas compras em lojas como Ermenegildo Zegna, Salvatore Ferragamo e Giorgio Armani, na cifra de US$ 8.800.


Vale lembrar que o salário líquido de Cunha em dezembro de 2012, foi de R$ 21.676,31, segundo a Câmara. Na defesa que fez hoje, no Conselho de Ética da Casa, o deputado diz que fez fortuna de milhões de dólares nos anos 80, quando fazia comércio exterior com países africanos, mas que ao se tornar parlamentar, transferiu o dinheiro para um truste — empresa que gere os recursos sem que o verdadeiro dono tenha acesso.

O Supremo Tribunal Federal já determinou que cabe à 13ª Vara Federal de Curitiba investigar os gastos no exterior de Claudia Cruz e da filha de Cunha, Danielle Dytz. Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, as duas se favoreceram de propina de US$ 5 milhões de contratos da Petrobras. A investigação ficará nas mãos do juiz Sérgio Moro.

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