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Delcídio diz que Mercadante ofereceu dinheiro e ajuda em troca de silêncio

Ministro da Educação teria contatado assessor parlamentar de senador, José Eduardo Marzagão

Brasil|Do R7

Marzagão temia ser alvo de uma armadilha tramada pelo governo a fim de desmoralizar o senador Delcídio do Amaral (foto)
Marzagão temia ser alvo de uma armadilha tramada pelo governo a fim de desmoralizar o senador Delcídio do Amaral (foto) Marzagão temia ser alvo de uma armadilha tramada pelo governo a fim de desmoralizar o senador Delcídio do Amaral (foto)

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) acusou, em seu acordo de delação premiada, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de lhe oferecer ajuda financeira, política e jurídica — para que deixasse a prisão e escapasse do processo de cassação de mandato no Senado — em troca de seu silêncio. 

Nesta terça-feira (15), a delação de Delcídio do Amaral foi validada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki. O conteúdo foi divulgado na íntegra e, segundo o advogado José Eduardo Marzagão, assessor parlamentar de Delcídio, Mercadante teria oferecido dinheiro e lobby no STF.

As promessas teriam sido feitas a Marzagão, que trabalha com o senador há 13 anos, já que Delcídio já estava sob a custódia da polícia. O conteúdo foi gravado e entregue à PGR (Procuradoria-Geral da República). Marzagão deu detalhes das reuniões que teve com Mercadante.

Segundo a delação, "Aloizio Mercadante, em tais oportunidades, disse a Eduardo Marzagão para o depoente [Delcídio] ter calma e avaliar muito bem a conduta a tomar, diante da complexidade do momento politico".

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De acordo com o assessor, "a mensagem de Aloizio Mercadante, a bem da verdade, era no sentido do depoente não procurar o Ministério Público Federal para, assim, ser viabilizado o aprofundamento das investigações da Lava Jato".

Mercadante teria prometido procurar o presidente do Senado, Renan Calheiros, para encontrar uma forma de reverter a decisão do Senado de ratificar a ordem de prisão de Delcídio expedida pelo Supremo. Em nota, Renan Calheiros negou ter se encontrado com Mercadante para intervir em favor de Delcídio.

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"Por que é que não pede reconsideração ao Senado? Pode?", questiona o ministro. "Acho que não", diz o assessor. "Em política, tudo pode", teria afirmado Mercadante.

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O ministro diz ainda que Ricardo Lewandowski, presidente do STF, poderia libertar Delcídio por meio de liminar, durante o recesso de fim de ano do Judiciário. Em nota, Lewandowski afirmou que não foi procurado por Mercadante e que não tem poder para definir os rumos do processo contra Delcídio.

Ministro do STF valida delação premiada de Delcídio do Amaral

Delação premiada

Sobre a possibilidade de uma delação de Delcídio, a revista publica que Mercadante teria dito que seria melhor ele esperar.

— Não fazer nenhum movimento precipitado, deixar baixar a poeira, ele vai sair, a confusão é muito grande.

A primeira conversa entre Mercadante e o assessor de Delcídio teria ocorrido no dia 1º de dezembro, uma semana após a prisão do ex-líder do governo no Senado. Já a segunda conversa ocorreu no dia 9 de dezembro, um dia após a família de Delcídio decidir contratar o escritório do advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto, um dos principais especialistas em delação premiada no País.

Sobre a situação da família de Delcídio, Mercadante se dispõe a viajar ao Mato Grosso do Sul para dar assistência à família.

— Isso aí também a gente pode ver no que é que a gente pode ajudar, na coisa de advogado, essa coisa. Não sei. Pô, Marzagão, você tem que dizer no que é que eu posso ajudar. Eu só tô aqui pra ajudar. Veja o que que eu posso ajudar.

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