Deputado Natan Donadon tem bom comportamento na prisão, diz Secretaria de Segurança Pública do DF 

Prestes a ser cassado pelos colegas e perder o mandato na Câmara dos Deputados, o deputado Natan Donadon apresenta bom comportamento na prisão, onde está há 48 dias. Até agora, não foram registrados incidentes envolvendo o parlamentar. A informação é da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

A situação é bem diferente do último preso ilustre da Papuda, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que se irritou quando completou cem dias de prisão. Cachoeira desacatou um agente penitenciário e foi levado do Complexo Penitenciário da Papuda para a Superintendência da Polícia Federal, onde assinou um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência).

Donadon está preso em uma cela individual na Penitenciária do Distrito Federal (PDF I) composta por cama, sanitário e local para banho sem contato com outros presos. As refeições são servidas no início da manhã, por volta do meio dia e início da noite.

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Ele recebe visitas na própria cela, sendo que o advogado Bruno Rodrigues acompanha frequentemente o estado de saúde do parlamentar. O defensor não foi encontrado para prestar informações sobre ele.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, a penitenciária em que Donadon está preso tem condenados pelos mais diversos crimes e não é a mesma unidade em que o bicheiro Cachoeira ficou preso. Na ala, os sentenciados são tratados pelo próprio nome — e não por numeração.

Mas o parlamentar deve perder o direito à cela individual se perder o mandato. Ele tem a prerrogativa de não dividir o espaço porque ainda possui o cargo de deputado.

Donadon foi condenado a 13 anos de prisão, acusado pelos crimes de peculato e formação de quadrilha.

Revisão criminal 

A defesa de Donadon decide nesta semana se vai pedir a revisão criminal do processo que condenou o parlamentar. Segundo o advogado Nabor Bulhões, a revisão não é um recurso, já que essa possibilidade foi esgotada.

— É uma ação de natureza excepcional para rever erros ou adequar decisões a critérios de justiça. [...] A família e amigos estão insistindo para uma revisão criminal.

Segundo o advogado, os acusados pelos mesmos crimes que responderam na primeira instância foram condenados a quatro anos de prisão, convertidas em prestação de serviços. Ele quer que a mesma pena seja aplicada ao parlamentar.

Presos ilustres 

O complexo penitenciário da Papuda já recebeu outros presos “ilustres”. O mais recente foi o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso por orquestrar um esquema de jogos ilegais em Goiás.

O ativista italiano Cesare Battisti também ficou preso na Papuda. Ele foi detido depois de chegar ao Rio de Janeiro, em 2007, portando passaporte falso. Na Itália, ele foi condenado por quatro homicídios.

Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o líder da organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), passou por vários presídios em 2001, não se firmando em nenhum devido a sua alta periculosidade. Durante esse “tour”, Marcola ficou alguns dias no presídio do Distrito Federal.

O presídio também abrigou, em abril de 1997, os quatro jovens acusados de incendiarem e matarem o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, que foi a Brasília para manifestações pelo Dia do Índio.

Na galeria dos políticos presos na Papuda ainda figura o ex-deputado distrital Geraldo Naves. Ele foi preso em fevereiro de 2002, acusado pela PF de estar envolvido na tentativa de suborno de uma testemunha do mensalão do DEM.

Ao contrário do ex-governador José Roberto Arruda, que ficou na sede da Polícia Federal, Naves foi dos envolvidos no escândalo que chegou a ficar na penitenciária de Papuda.