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Deputados querem abrir processo na Câmara contra Marco Feliciano por "promover o ódio"

Para deputada Érika Kokay, pastor estaria chamando um grupo "para guerra"

Brasil|Marina Marquez, do R7, em Brasília

A deputada Érika Kokay afirma que está recebendo ameaças sérias
A deputada Érika Kokay afirma que está recebendo ameaças sérias

Deputados federais que se sentem ameaçados por grupos ligados ao presidente da Comissão de Direitos Humanos, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), se preparam para entrar com um processo de quebra de decoro parlamentar contra o deputado caso o clima continue difícil na Câmara dos Deputados na próxima semana.

Desde que foi indicado e assumiu a CDH, no início de março, Feliciano é alvo de protestos de minorias, já que teria dado declarações racistas e homofóbicas. Na internet, vídeos e fotos circulam com ataques trocados entre os que apoiam o pastor e os que são contra a permanência dele à frente da comissão.

Em um desses vídeos, segundo a deputada Érika Kokay (PT-DF), ela é citada como organizadora de manifestações contra Feliciano. Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Domingos Dutra (PT-MA) também apareceriam na mesma situação.

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Os três vão apresentar uma queixa-crime no STF (Supremo Tribunal Federal), mas a deputada disse que se as ameaças continuarem, eles vão além da Justiça e vão entrar com um processo na própria Câmara por quebra de decoro. Um processo assim poderia levar à perda do mandato do parlamentar.

— O deputado publicou um vídeo que é completamente adulterado e destila ódio. Ele insinua que eu estou promovendo a violência e agora sou seguida por pessoas que dizem que "eu que sou contra os evangélicos, vou ter o troco, não perco por esperar". Ligam para o gabinete, mandam e-mail com ameaças sérias. Isso [promover o ódio] não é uma conduta de alguém que representa a democracia e "chamar para a guerra", como ele está fazendo, é quebra de decoro.


Renúncia

De acordo com Érika, a próxima semana será decisiva para os deputados. Eles esperam que Feliciano renuncie à presidência da CDH.

Na última quarta-feira (20), o deputado foi hostilizado por manifestantes que entraram na sessão da comissão. Irritado com o barulho, Feliciano abandonou a reunião. Depois, Feliciano foi categórico e disse que, apesar dos protestos, não vai renunciar ao cargo de presidente da Comissão.

Na quinta-feira (21), o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), disse que a situação de Feliciano é "insustentável" e, por isso, pediu que o PSC resolva o impasse até a próxima terça-feira (26).

Por enquanto, o partido mantém o apoio ao pastor e disse que não há nada contra ele que o impeça de conduzir os trabalhos da comissão. O líder do PSC na Câmara, André Moura (SE), disse que o partido se reune na próxima terça e deve discutir o assunto.

— Não há nada que desabone o deputado Feliciano. Esta não é uma decisão que cabe ao partido. A decisão é dele.

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