Diante de impasse, Câmara adia votação de projeto dos royalties do petróleo para agosto
Texto que destina grana para educação e saúde já passou pela Câmara, mas mudou no Senado
Brasil|Da Agência Câmara
A votação do projeto de lei que direciona os recursos dos royalties do petróleo à educação e à saúde foi adiada nesta terça-feira (16) para a primeira quinzena de agosto. A informação foi confirmada pelos líderes do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). Segundo eles, não houve acordo para a votação nesta semana.
De acordo com os líderes, o Plenário deverá votar hoje à tarde apenas a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), com origem no Senado, que estende às defensorias públicas da União e do Distrito Federal a autonomia funcional e administrativa concedida às defensorias estaduais. O texto já foi aprovado em primeiro turno.
Os deputados chegaram a aprovar o parecer do relator, deputado André Figueiredo (PDT-CE), que rejeitou a maioria das alterações feitas pelo Senado e restabeleceu o texto da Câmara. A liderança do governo, no entanto, defende a proposta aprovada no Senado.
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A principal polêmica diz respeito às verbas do Fundo Social. O governo defende a aplicação obrigatória de 50% dos rendimentos do fundo em saúde e educação. Já a oposição e alguns deputados da base aliada querem que metade das verbas totais do fundo seja investida nos setores.
O deputado afirmou que "o governo insiste em derrubar o repasse do fundo social, querendo dizer que apenas o rendimento é suficiente".
— Mas sabemos que isso seria insignificante, uma farsa para dois setores fundamentais como são a saúde e a educação.
Outros itens
Chinaglia e Caiado confirmaram que há divergências também em relação a outros pontos do projeto, como o percentual das verbas do petróleo que será destinado ao fundo social, que é uma espécie de poupança do governo.
— O primeiro passo é pegar cada item polêmico e irmos às últimas consequências, para que não haja nenhuma dúvida. É uma atitude de cautela.
Chinaglia admitiu que os partidos da base aliada ao governo não chegaram a um acordo quanto a diversos itens da Lei dos Royalties.
— Uma parte apoiou o governo e outra ficou com o parecer do relator. Portanto, alguma coisa não está bem. Mesmo partidos extremamente disciplinados se dividiram.