Dilma formaliza convite a Chioro para Ministério da Saúde
Com a decisão, Dilma mantém um dos maiores orçamentos do governo sob o controle do PT
Brasil|Do R7
A presidente Dilma Rousseff convidou nesta terça-feira (21) o atual secretário da Saúde de São Bernardo do Campo (SP), Arthur Chioro, para assumir o Ministério da Saúde no lugar de Alexandre Padilha, que deixará o cargo para disputar o governo de São Paulo, disse à Reuters uma fonte do Palácio do Planalto.
Chioro reuniu-se com Dilma nesta terça, em Brasília. A escolha deve-se principalmente ao trabalho que desenvolveu no município, comandado pelo petista Luiz Marinho. O prefeito esteve com a presidente, na semana passada, para tratar da indicação.
A troca do Ministério da Saúde é uma das dez que a presidente deve fazer até o Carnaval, para liberar os ministros que pretendem disputar as eleições neste ano.
Na última segunda-feira (20), Dilma também bateu o martelo sobre a ida do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para a Casa Civil no lugar da ministra Gleisi Hoffmann, que deve disputar o governo do Paraná pelo PT.
A fonte disse à Reuters, sob condição de anonimato, que Chioro deve fazer parte da comitiva presidencial na viagem a Cuba, na semana que vem. Lá, a presidente cumpre agenda bilateral com o presidente Raúl Castro e participa da reunião de cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos ).
Ele só deve assumir o cargo oficialmente quando a presidente retornar das viagens internacionais, no fim do mês. Cuba é parceiro do Brasil no programa Mais Médicos. Os profissionais estrangeiros que participam do programa são, na maioria, cubanos.
A escolha de Chioro é uma das poucas que levam em conta mais os critérios técnicos do que políticos.
Na segunda, Dilma também se reuniu com o ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), e, segundo a assessoria dele, aceitou o pedido do auxiliar para se manter à frente da pasta até o início de abril, quando expira o prazo para que os ministros deixem os cargos para as disputas estaduais.
Crivella, que é ligado às igrejas evangélicas, deve disputar o governo do Rio de Janeiro, apesar da pressão do PT no Estado para que ele se alie ao senador Lindbergh Farias, candidato petista no pleito. O PRB apoiará a reeleição de Dilma.
Reeleição
A maior parte das mudanças a serem promovidas por Dilma no governo tem objetivo de agregar o máximo de aliados, visando o projeto de reeleição. Quanto mais partidos na aliança, mais tempo a petista terá na TV durante a campanha.
Dilma tem dificuldades para atender a todos os pedidos de novos e antigos aliados que querem um lugar na Esplanada dos Ministérios.
Na semana passada, ao informar ao PMDB que devido ao pedido dos demais aliados não poderia entregar o comando do Ministério da Integração ao partido, a presidente enfrentou revolta de uma ala peemedebista que considera acanhado o espaço da legenda no primeiro escalão.
O vice-presidente Michel Temer, que é presidente licenciado do PMDB, fez uma reunião de emergência com a cúpula do partido na semana passada para acalmar os ânimos de alguns colegas que cogitavam inclusive retirar o apoio a Dilma na reeleição.
Na elaboração da reforma, Dilma tentará atender o PP, que hoje comanda o Ministério das Cidades e quer pelo menos mais uma pasta; do PSD, que comanda a pasta de Micro e Pequenas Empresas e já se comprometeu a apoiar a reeleição de Dilma; do recém-criado Partido Republicano da Ordem Social (Pros); e do PTB, que pede um ministério, entre outras reivindicações.