“É o primeiro passo para a recuperação do crescimento”, avisa ministro
Sem Levy, Nelson Barbosa (Planejamento) anunciou um contingenciamento de R$ 69,9 bilhões
Brasil|Bruno Lima, do R7, em Brasília
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou nesta sexta-feira (22) que o contingenciamento de R$ 69,9 bilhões anunciado pelo governo é o “primeiro passo para a recuperação do crescimento” do País.
Barbosa disse que os cortes não afetam os programas sociais considerados prioritários pelo governo como o Mais Médicos e o Bolsa Família e que o esforço foi feito por todos os ministérios.
Sem a presença do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que está gripado, Barbosa ponderou que o Brasil passa por uma fase de desequilíbrio macroeconômico e apresenta uma queda no nível de atividade financeira.
— Esse contingenciamento é um grande esforço fiscal, é um indicador de que o governo está cortando despesas do seu próprio funcionamento para viabilizar o cumprimento da meta do resultado primário.
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As verbas para obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foram uma das mais atingidas e sofreram uma redução de R$ 25,7 bilhões. De acordo com Barbosa, foram mantidos R$ 40 bilhões para os projetos de rodovias, ferrovias e saneamento que estão com 70% das obras concluídas.
— É uma redução maior do que estava prevista inicialmente, mas ainda assim terá um valor expressivo.
Barbosa explicou que a redução do número de ministérios não foi considerada para o corte de gastos porque muitas das secretarias do governo que têm status de ministério, caso da Secretaria de Portos, já existiam e eram vinculadas a outras pastas.
— Transformar essas secretarias em ministérios não implica em um grande adicional de gastos. Essa criação dos ministérios ao meu ver, ela reflete muito mais a importância e a prioridade que são dadas a esses assuntos.
Ainda de acordo com os dados divulgados nesta sexta, a economia deverá encolher 1,2% em 2015 na comparação com 2014, de acordo com estimativas do governo. A inflação, cuja meta era de 4,5%, deverá encerrar o ano em 8,26% — portanto quase quatro pontos percentuais acima do previsto.