Há pouco mais de um mês os suecos estavam consternados porque o sonho de jogar a Copa do Mundo 2014 no Brasil havia sido interrompido na fase de repescagem das eliminatórias europeias. Esta quarta-feira (18), no entanto, vai entrar para a história do país e, coincidentemente, é o Brasil quem está dando aos suecos a maior alegria dos últimos dez anos. O motivo é a compra dos caças Gripen da sueca Saab. Na televisão e na internet, houve até transmissão em tempo real, numa espécie de contagem regressiva, para que o governo brasileiro fizesse o anúncio oficial da compra. Leia mais notícias de Brasil e Política Vários sites dos principais jornais, rádios e TVs suecas abordaram o assunto com uma incontrolável expressão de entusiasmo e alegria dos jornalistas e entrevistados. Não era para ser diferente, pois a injeção de US$ 4,5 bilhões (R$ 10,5 bilhões) na economia do país nórdico significa a tábua de salvação de um governo que acumula fracassos no setor — fato agravado pela taxa de desemprego superior a 7%, considerada muito alta para os padrões suecos. O professor doutor da Universidade Federal de Santa Maria (RS), Renato Machado, que é bolsista do programa Ciência sem Fronteiras, falou com exclusividade ao R7 sobre a importância para o Brasil de ter escolhido os caças da Saab. — A minha bolsa é patrocinada pela Saab, estou no centro de pesquisa da BTH (Blekinge Institute of Technology). Posso afirmar que a Saab é uma empresa séria e que, se há o compromisso de transferência de know-how [conhecimento], esse compromisso vai ser cumprido na íntegra. Para Machado, essa transferência será feita em partes e gradualmente com a vinda de profissionais brasileiros para a Suécia. — Além da forte presença dos profissionais da Força Aérea Brasileira, o meio acadêmico brasileiro também deverá ser contemplado com um vasto material de pesquisa e tecnologia. Depois do anúncio oficial e a confirmação da escolha do Brasil pelos caças Gripen da Saab, não é exagero afirmar que os suecos sequer vão lembrar da Copa 2014 quando falarem ou ouvirem falar do Brasil.