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Forças federais vão ajudar a conter ataques a UPPs no Rio de Janeiro

Segundo ministro, detalhes dos esforços não serão divulgados por questões de segurança

Brasil|Kamilla Dourado, do R7, em Brasília

Base da UPP Mandela ficou destruída após ataque dos traficantes
Base da UPP Mandela ficou destruída após ataque dos traficantes

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, se reuniu nesta sexta-feira (21), por mais de duas horas, com a presidente Dilma Rousseff. No encontro, ficou decidido que forças federais irão ajudar no combate às facções criminosas que estão liderando ataques contra UPPs (Unidade de Policia Pacificadora) no Rio de Janeiro. Os detalhes da atuação só serão decididos, contudo, na próxima segunda-feira.

Segundo Cabral, as ações começarão imediatamente, mas detalhes não podem ser divulgados por motivos de segurança. O governador decidiu pedir apoio do governo federal após ataques em três áreas de UPPs ocorridos na noite da última quinta-feira (20).

Na próxima segunda-feira (24), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, irá até o Rio de Janeiro para, segundo Cabral, “evoluir no que acreditamos ser procedimentos importantes e materializar o que será feito em conjunto”.

— O fato é que teremos o apoio federal, algo que nunca nos faltou. A marginalidade tenta recuperar territórios, desmoralizar a nossa polícia e o Estado é um só, o Estado tem que mostrar forte unido e capaz de debelar o crime organizado.


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Segundo o ministro José Eduardo Cardozo, as ações serão intensificadas na próxima semana.


— A nossa ideia é, a partir das diretrizes que foram discutidas hoje, aprofundarmos na próxima segunda-feira, tanto nós, o Ministério da Justiça, quanto o Ministério da Defesa, para que possamos tomar uma medida concreta. É natural que se tenha uma ansiedade para saber quais as medidas, mas questões de segurança pública não se comentam, não se revelam, só após as medidas tomadas.

Ataques


A base de apoio à UPP Camarista Méier em Boca do Mato (Complexo de Lins) foi alvo de tiros no início da noite desta quinta-feira (20). A informação foi confirmada pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora. Além disso, um novo contêiner teve de ser instalado no lugar da antiga base da UPP Mandela, que ficou destruída por um incêndio provocado por traficantes. 

A região é a segunda da zona norte do Rio a registrar ataques contra UPPs. Mais cedo, o comandante da UPP Manguinhos foi baleado durante troca de tiros. O capitão Gabriel Toledo foi atingido na coxa direita e encaminhado ao Hospital Federal de Bonsucesso. Um outro PM também foi ferido.

Desocupação

A confusão começou após policiais da UPP Mandela (que atua ao lado da UPP Manguinhos, no Complexo de Manguinhos) serem acionados, na tarde desta quinta, para atender a ocorrência de tumulto durante a desocupação de imóveis próximos ao depósito de suprimentos da região. 

Viaturas foram apedrejadas e um policial foi ferido na cabeça e levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Ele foi medicado e passa bem.

De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, o comandante foi ferido depois de um novo tumulto ocorrer nas proximidades da UPP Mandela. Um grupo de manifestantes ateou fogo em pneus e montou barricadas na avenida Leopoldo Bulhões.

O capitão Toledo prestava apoio à UPP vizinha, quando foi atingido por um dos tiros disparados contra policiais e contra as bases da unidade. No final da noite, ele foi transferido para o Hospital Central da Polícia Militar e seguia em observação.

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