Guido Mantega pediu a Eike Batista R$ 5 milhões para o PT
Ex-ministro da Fazenda foi preso nesta quinta-feira (22) na 34ª fase da Operação Lava Jato
Brasil|Do R7, com Agência Brasil
Preso nesta quinta-feira (22) na Operação Arquivo-X, 34ª etapa da Lava Jato, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega teria feito um pedido de R$ 5 milhões ao empresário Eike Batista, em 2012. Na época, Mantega era presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
O dinheiro teria como destino o caixa do PT (Partido dos Trabalhadores). A informação foi dada pelo próprio Eike Batista em depoimento ao Ministério Público Federal.
De acordo com nota do MPF (Ministério Público Federal) no Paraná, em julho de 2012, o Consórcio Integra Ofsshore, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas P-67 e P-70.
Leia mais notícias de Brasil e Política
Para operacionalizar o repasse, Eike Batista firmou contrato falso com empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes.
Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em abril de 2013 constatou-se a transferência de US$ 2,350 milhões, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários.
As consorciadas, que não tinham tradição no mercado específico de construção e integração de plataformas, viabilizaram a contratação mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos.
As investigações revelaram que há indícios de que cerca de R$ 7 milhões foram transferidos, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior para um operador financeiro já condenado no âmbito da Operação Lava Jato.
Ele teria ligações com um partido político e com a Diretoria Internacional da Petrobras. Os repasses foram viabilizados por empresa de fachada que, de acordo com a Procuradoria do Paraná, não tinha uma estrutura minimamente compatível com os valores recebidos.
As investigações também identificaram repasse de mais de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore com base em contrato ideologicamente falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux.
As provas testemunhal e documental, que instruíram a representação do Ministério Público Federal (MPF), revelam que o valor foi transferido no interesse do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e de pessoas a ele relacionadas.
Constatou-se ainda que, no período dos fatos, empresas do grupo Tecna/Isolux repassaram cerca de R$ 10 milhões à Credencial Construtora, já utilizada por Dirceu para o recebimento de vantagens indevidas.
Entre março de 2013 e junho de 2014 foram identificados repasses de mais de R$ 6 milhões da Mendes Júnior a empresas ligadas a um executivo do grupo Tecna/Isolux.
Veja fotos da operação da PF que prendeu Guido Mantega: