A escravidão sofreu um significativo desgaste no Brasil nos seus últimos anos de existência. Em um país de cultura escravocrata, o papel do negro não pôde ser registrado devidamente na história.
Para o pesquisador Júlio César Vellozo, Professor da Faculdade de Direito do Mackenzie, o papel de Luiz Gama, um ex-escravo que foi reconhecido advogado apenas 133 anos após a sua morte, foi fundamental para que esta voz viesse à tona.
— Luiz Gama utilizou-se da justiça duplamente. Por um lado, de forma mais instrumental, conseguindo liberdade para algo como 500 cativos. Por outro, promovendo através de suas ações um continuo desgaste da instituição da escravidão. Cada processo desse trazia histórias de vida impressionantes. Em muitos sentidos, o judiciário foi o único lugar no qual os escravos tiveram a sua voz registrada. Luiz Gama, com suas ações, fazia com que essa voz viesse à tona".
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O Brasil, que foi um dos últimos países a abolir a escravidão no mundo, já vinha adotando medidas para combater esta prática, como a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários. Com isso, a atuação de Gama foi fundamental no combate à servidão humana na reta final do período imperial do Brasil. Por fim, veio a Lei Áurea, em 1888, assinada pela princesa Isabel.
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