O juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal de Curitiba (PR), atendeu ao pedido de um delegado da PF (Polícia Federal), feito na última sexta-feira (20), e autorizou nesta segunda-feira (23) a transferência de 12 presos na Operação Lava Jato para o Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense. Entre os detentos que serão transferidos está o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque.
Além do ex-executivo da petroleira, também serão transferidos os seguintes presos: Adir Assad; Agenor Franklin Magalhães Medeiros; Erton Medeiros Fonseca; Fernando Antônio Falcão Soares; Gerson de Mello Almada; João Ricardo Auler; José Aldemário Pinheiro Filho; José Ricardo Nogueira Breghirolli; Mario Frederico Mendonça Goes; Mateus Coutinho de Sá Oliveira; e Sergio Cunha Mendes.
Na última sexta-feira, o delegado da PF Rosalvo Ferreira Franco enviou ofício ao juiz Sérgio Moro explicando que a quantidade de presos em decorrência da Lava Jato estava crescendo e, como todos estavam sendo levados à carceragem da PF em Curitiba, se tornava "inviável ficar com todos os presos".
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Além da quantidade de detentos, segundo o delegado, outro agravante é que os presos não podem se comunicar entre si, conforme determinação da Justiça. Em sua decisão de hoje, Moro cita as "dificuldades na manutenção dos presos" na carceragem da PF "por dificuldades de espaço".
— De fato, a carceragem da Polícia Federal, apesar de suas relativas boas condições, não comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos.
Como havia a preocupação com a integridade física dos presos, Moro afirma em seu despacho que o local para acomodação dos detentos "no sistema prisional estadual parece adequado" e destaca que eles "ficarão ainda separados da maior parte da população carcerária".
No entanto, Moro enfatiza que, "pela notoriedade da investigação, há algum risco nesse sentido, o que justifica colocá-los, por cautela, em ala mais reservada".
A responsabilidade do transporte dos presos para o sistema prisional do Estado do Paraná será da PF, "como disponibilizado pela autoridade policial".
Cerveró
O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró vai permanecer na carceragem da PF em Curitiba. Segundo Moro, em sua decisão, Cerveró "estaria recebendo assistência psicológica na carceragem da Polícia Federal".
Outro preso que vai continuar nas celas da PF é Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da empreiteira UTC. Moro atendeu a um pedido do MPF (Ministério Público Federal) para negar a transferência dele.
Moro também justificou como "inviável" o pedido de transferência do preso Sergio Cunha Mendes, feito pela defesa, para o Complexo da Papuda em Brasília. Segundo o juiz federal, "a presença dele em Curitiba ainda se mostra necessária".