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Líderes da UE estão unidos, por enquanto, em relação às demandas para o Brexit

Brasil|

Por Farah Salhi e Jan Strupczewski

BRUXELAS (Reuters) - Líderes da União Europeia endossaram um conjunto rígido de termos para o divórcio da Grã-Bretanha em reunião neste sábado, regozijando-se em um raro show de unidade na adversidade, mas conscientes de que isso pode não durar com o início das negociações.

Ao se encontrarem pela primeira vez desde que a primeira-ministra britânica, Theresa May, formalmente iniciou uma contagem regressiva de dois anos para a saída da Grã Bretanha no fim de março, os outros 27 líderes da UE levaram apenas um minuto, enquanto sentavam para almoçar em Bruxelas, para aprovar oito páginas de diretrizes negociadas por seus diplomatas no mês passado.

"As diretrizes adotadas por unanimidade, o mandato político firme e justo da UE27 para as negociações do Brexit está pronto", disse o presidente da reunião Donald Tusk em sua conta do Twitter. Líderes aplaudiram, disseram autoridades, após formalmente adotarem sem modificações o texto elaborado por seus assessores.

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As diretrizes vão forçar Michel Barnier, negociador-chefe da UE, a buscar um acordo que assegure os direitos de 3 milhões de expatriados da UE que vivem na Grã-Bretanha, assegurar que Londres pague dezenas de bilhões de euros que Bruxelas acredita sejam devidos e evitar desestabilizar a paz ao criar uma fronteira dura entre UE e Reino Unido em toda a ilha da Irlanda.

"Estamos prontos", disse Barnier. "Estamos juntos."

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Eles também descartaram discutir um acordo de livre comércio reivindicado por May até verem progresso na concordância dos principais termos da retirada.

"Antes de discutir o futuro, temos que resolver nosso passado", disse Tusk em comentários ecoados pela chanceler alemã, Angela Merkel, que afirmou que "questões substantivas" devem ser decididas primeiro.

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Em uma marca de como o voto do Brexit no ano passado colocou em questão a unidade do próprio Reino Unido, os líderes europeus também irão oferecer ao primeiro-ministro irlandês Enda Kenny uma promessa de que caso a Irlanda do Norte, que votou contra o Brexit, queira se unir ao seu país, estará automaticamente na União Europeia.

Os líderes podem passar mais tempo em discussões, incluindo com Barnier, sobre qual critério eles podem usar para julgar se ele fez progresso suficiente para justificar um início nas negociações comerciais. Eles também podem discutir sobre como gerenciar a transição, após a Grã-Bretanha sair em 2019, para uma nova relação que deve demorar anos para ser finalizada.

Essa decisão sobre o que é "suficiente" é o tipo de debate que pode prejudicar as relações enquanto os 27 buscam proteger seus interesses nacionais. Também controverso será quais países receberão o prêmio de hospedar as duas agências da UE que serão transferidas de Londres.

Com a maioria dos 27 oferecendo uma casa para a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e muitos querendo a Autoridade Bancária Europeia (EBA), Tusk e o presidente executivo da UE Jean-Claude Juncker irão propor critérios para fazer essas escolhas.

"Estamos extraordinariamente unidos", disse à Reuters um líder nacional que estará na mesa. "Mas é sempre fácil ficar unido sobre o que você quer antes de começar a negociar."

O primeiro-ministro belga Charles Michel alertou contra cair em uma "armadilha" onde a Grã-Bretanha divida o bloco em vantagem própria.

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DIFERENÇAS 

Entre as possíveis diferenças, as prioridades dos Estados pobres do leste são assegurar os direitos de residência de muitos de seus trabalhadores na Grã-Bretanha e dinheiro britânico para o orçamento da UE; a Alemanha e outros países querem uma tranquila transição para um novo acordo de livre comércio.

A UE vê como vital que a Grã-Bretanha não seja vista lucrando com o Brexit, para dissuadir outros de fazerem o mesmo.

Autoridades sênior em Bruxelas acreditam que o risco de um fracasso nas negociações, que poderiam ver a Grã-Bretanha simplesmente saindo em um limbo legal caótico em março de 2019, diminuiu desde que May escreveu a Tusk em 29 de março reconhecendo em termos uma necessidade de compromisso.

Merkel, diante de sua própria eleição em setembro, alertou a Grã-Bretanha na semana passada contra as "ilusões" persistentes sobre o quanto de acesso que pode ter aos mercados da UE. E alguns diplomatas temem que o tom das exigências da UE soe muito agressivo e possa criar uma reação popular na Grã-Bretanha que pode tornar difícil para May chegar a um acordo.

O primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, disse: "Eles talvez não estejam mais em nossa família, mas ainda são nossos vizinhos, então devemos ter respeito um pelo outro".

((Traduação São Paulo, +5511 5644 7719))

REUTERS RBS

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