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Macri diz que não vê desacordo entre Brasil e Argentina sobre Venezuela

Brasil|

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, ratificou nesta sexta-feira, após encontro com a presidente Dilma Rousseff, sua decisão de pedir a suspensão da Venezuela do Mercosul por ferir a cláusula democrática do bloco, mas garantiu que não há posições divergentes entre ele e o governo brasileiro sobre a situação venezuelana.

Depois de um encontro de cerca de uma hora com Dilma no Palácio do Planalto, Macri confirmou que um dos temas da conversa foi a eleição legislativa venezuelana de domingo, que tanto o governo brasileiro como o argentino vão acompanhar de perto.

"Não sinto que haja posições contrárias, somos ambos governos com compromisso com a democracia", afirmou a jornalistas.

"Estamos observando realmente com atenção o que vai acontecer domingo, nos dias posteriores. Estaremos atentos e falaremos do que terá ocorrido na Venezuela no domingo no dia 10, quando da cerimônia de posse. O que fará o Mercosul está relacionado com o que acontecerá domingo."

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Quando questionado se mantinha a posição de pedir a suspensão da Venezuela do bloco, na próxima reunião do Mercosul no dia 21, em Assunção, Macri confirmou que não mudou de ideia, levantada logo após vencer as eleições argentinas no mês passado.

À época, o governo brasileiro não gostou da fala do presidente eleito e atribuiu ainda ao calor da campanha. Agora, a ordem é não tocar no assunto até que seja inevitável, disse à Reuters uma fonte do Planalto.

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Como todas as decisões do Mercosul precisam ser tomadas por unanimidade, não é provável que a ação de Macri tenha maiores consequências se não for secundada por Brasil, Paraguai e Uruguai. Mas, mesmo no governo brasileiro as eleições venezuelanas são acompanhadas com preocupação, revelou uma fonte do Itamaraty.

O governo brasileiro divulgou no mês passado nota dura, para os padrões diplomáticos, condenando o assassinato de Luis Manuel Díaz, opositor venezuelano dirigente do partido Ação Democrática (AD). No texto, o Itamaraty cobrava o governo de Nicolás Maduro para que mantenha a ordem durante o processo de eleições legislativas.

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Na quarta-feira, o Ministério de Relações Exteriores publicou outra nota cobrando do governo venezuelano que o pleito "se desenvolva dentro do marco da democracia, da transparência e da participação plena de toda a cidadania" e afirmando que "o governo brasileiro continuará a acompanhar com atenção a etapa final da campanha, a realização e a apuração das eleições".

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Na conversa com Macri, Dilma também falou da abertura do processo de impeachment. Segundo o presidente eleito da Argentina, a presidente demonstrou estar tranquila e explicou a ele a situação.

"Não me corresponde a ingerência nos assuntos do Brasil, mas confio plenamente nas instituições do Brasil, que é um país sólido, forte, que demonstrou nas últimas décadas ter trabalhado a consolidação sistemática do sistema democrático", disse.

Depois da reunião com Dilma, Macri viajou a São Paulo para encontro com lideranças empresariais e afirmou que o Mercosul deve avançar nas negociações com a União Europeia e outros blocos comerciais.

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(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

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