Maior bancada na Câmara, PMDB tem 90% dos deputados pró-impeachment
Liderança do partido liberou parlamentares para votarem como quiserem no domingo
Brasil|Raphael Hakime, do R7, em Brasília
O PMDB liberou nesta quinta-feira (14) a bancada da Câmara dos Deputados a votar como quiser no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A votação está marcada para as 14h do próximo domingo (17).
Apoiador da petista, o líder do partido na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), informou que os parlamentares estão divididos e, por isso, decidiram que seria melhor dar o sinal verde para o voto.
— A bancada se reuniu, mas foi feita uma aferição das posições da bancada. Uma maioria muito ampla, cerca de 90% da bancada, manifestou posição favorável ao impeachment. Inclusive divergente da minha, que tenho posição em sentido contrário. Com meu dever de líder, de vocalizar e falar a posição da maioria do PMDB, a partir de hoje, o PMDB tem uma posição favorável ao impeachment.
Picciani disse ainda que não houve fechamento de questão e assegurou que "não haverá qualquer tipo de sanção a posições divergentes", como a dele inclusive.
Picciani informou que "não houve contagem nominal dos votos" e que a decisão ocorreu por "aclamação simbólica".
Seu colega de bancada Hugo Motta (PMDB-PB) informou que apenas sete deputados do partido deverão votar contra a saída de Dilma. Portanto, 61 dos 68 deputados do PMDB deverão dar voto favorável ao impedimento da petista no domingo.
"Sem crime de responsabilidade"
Perguntado sobre sua posição pessoal a respeito do impeachment, Picciani disse que tem seus próprios motivos.
— Eu manterei a minha posição e a bancada respeita a minha posição. Eu já manifestei os meus argumentos que estão pautados na minha interpretação de que a hipótese constitucional de crime de responsabilidade não está preenchida, mas é uma posição vencida na bancada do PMDB. Como eu disse, 90% da bancada é favorável ao impeachment. O meu voto eu exercerei como deputado.
Picciani disse que o clima é "tranquilo, sereno e de unidade".
Sobre os ministros do PMDB que ainda fazem parte do governo Dilma, o líder do partido na Câmara informou que eles participaram da reunião para decidir os rumos da sigla no impeachment.
Questionado se o vice-presidente Michel Temer já sabia da decisão dos deputados peemedebistas, Picciani disse que não porque a reunião ainda não havia acabado.
— A bancada irá ao fim da reunião comunicar a posição ao presidente do partido e ao presidente Michel Temer.
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