Maioria dos partidos da base aliada apoia a realização de plebiscito
Mercadante diz, porém, que caberá ao Congresso implantar reforma em sintonia com o povo
Brasil|Kamilla Dourado, do R7, em Brasília
Depois de mais de três horas de reunião com a presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer e ministros de Estado, os líderes dos partidos aliados do governo decidiram nesta quinta-feira (27) apoiar a realização de um plebiscito para reforma política.
A possibilidade de um referendo também foi colocada, mas derrotada pela maioria. O presidente nacional do PSB e provável candidato à Presidência da República em 2014, Eduardo Campos, informou que a presidente tem todo apoio da base.
— A disposição da base é ajudar a presidente Dilma a dar consequência aos reclames das ruas. Nós, todos os partidos políticos, as forças políticas, precisamos compreender a distância que se estabeleceu entre a sociedade e sua representação, como se os governos e os partidos fossem analógicos e a sociedade, digital.
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O ministro da Educação e o principal porta-voz do governo para falar da reforma política, Aloizio Mercadante, afirmou que o plebiscito é a melhor alternativa porque "permite, imediatamente, que a população opine". De acordo com o ministro, a palavra final sobre o assunto seria do Congresso Nacional.
— A partir do plebiscito, o Congresso então teria que trabalhar nessas diretrizes para implantar uma reforma política que esteja em sintonia com as aspirações do povo. Nem todo o conjunto da reforma valerá para 2014, alguns poderão. Essa é uma decisão que vai ser dada no debate no Congresso Nacional, que pode ser uma proposta, inclusive, do plebiscito.
Entre os principais pontos a constar no plebiscito, estão mudanças no financiamento de campanha e sistema eleitoral de votação. Mercadante afirmou que o governo já consultou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre possíveis datas para o plebiscito, mas espera uma resposta oficial do tribunal para decidir.
— Estamos tralhando para que ocorra no menor tempo possível.
STF
Segundo o ministro Mercadante, a presidente Dilma “saudou” as últimas decisões do Congresso e do STF, como resposta aos protestos.
— Nós tivemos da parte do STF decisões muito importantes que foram tomadas no plenário do Supremo. Tivemos, especialmente no Congresso, iniciativas há muito tempo aguardadas, não só aquilo que estava na pauta, como derrubada da PEC 37, mas a aprovação do crime hediondo para a corrupção, que é uma das propostas do pacto.
Além do vice-presidente da República, Michel Temer, a reunião contou com as presenças dos ministros Ideli Salvati (Relações Institucionais), Aloizio Mercadante (Educação) e José Eduardo Cardozo (Justiça) e dos presidentes de partidos políticos no Palácio do Planalto.
Estiveram no encontro Alfredo Nascimento (PR), Gilberto Kassab (PSD), Marcos Pereira (PRB), Ciro Nogueira (PP), Valdir Raupp (PMDB), Rui Falcão (PT), Benito Gama (PTB), Eduardo Campos (PSB), Renato Rabelo (PC do B) e Carlos Lupi (PDT).