Mensaleiros na Papuda perdem regalias e terão que doar livros para biblioteca
Os condenados falarão com visitas por interfone e têm banho de sol reduzido
Brasil|Do R7, com Agência Estado
Os condenados no processo do mensalão, presos desde o dia 15 de novembro no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, foram obrigados a doar seus livros para a biblioteca da Penitenciária e passaram a ter a leitura limitada a duas horas diárias — das 9h às 11h. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A mudança na rotina da penitenciária ocorreu após o Ministério Público do Distrito Federal pedir à Justiça que todos os presos na penitenciária tenham os mesmos direitos.
As regalias, como receber visitantes e advogados em uma sala mais confortável da administração da Papuda, foram cortadas.
Agora, os mensaleiros têm de conversar com suas visitas em ambiente dividido por um vidro duplo, sem ventilação e por meio de um interfone. Não há mais contato físico. As caravanas de congressistas também foram proibidas.
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Entre as queixas dos presos comuns estavam o constrangimento de usar o banheiro com portas abertas e o limite de duas horas de banho de sol por dia, enquanto outros internos ficavam até 12 horas fora das celas. A rotina mais rigorosa já provocou reclamações.
Na semana passada, Delúbio Soares, que divide cela com Dirceu, queixou-se de ter sido levado à biblioteca por apenas meia hora. Marcos Valério, operador do mensalão, protestou por ter o barbeador elétrico confiscado e trocado pelo kit de higiene da cadeia.
O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) chegou a marcar sessão para raspar o cabelo dos presos, inicialmente trancados em ala federal, mas eles foram "salvos" da máquina 2, padrão na unidade, porque logo foram transferidos aos setores da Papuda sob gestão do Governo do DF.
Dirceu e Valério, que têm cabelo implantado, conseguirão preservar o visual enquanto ficarem ali. O subsecretário do Sistema Prisional do DF, Cláudio Magalhães, avisa que na Papuda não é obrigatório raspar o cabelo. A Secretaria de Defesa Social de Minas avisa que, transferido para o Estado, Valério não escapa do pente na altura 1, obrigatório para os homens. Em São Paulo, a regra também é passar a máquina.