Ministro do TCU diz que presidente Dilma pode ser responsabilizada por "pedaladas fiscais"
Segundo o ministro, questões envolvendo a manobra podem constar e seu relatório final
Brasil|Alexandre Saconi, do R7, enviado a Comandatuba*, com informações da Agência Estado
O relator das contas de 2013 do governo federal no TCU (Tribunal de Contas da União), o ministro Augusto Nardes, aponta que a presidente Dilma Rousseff pode ser responsabilizada pelas "pedaladas fiscais".
— A presidente pode ser responsabilizada, mas não cabe a mim dizer se isso abre caminho para o impeachment.
"Pedalada fiscal" é como ficou conhecida a comanobra com a qual o governo usou bancos públicos para cobrir despesas que deveriam ter sido pagas com recurso do Tesouro.
Sobre um possível impeachment, Nardes destacou que essa é uma atribuição do Congresso Nacional. O ministro ainda disse, ainda, que "sentiu" que o governo vai entrar com recursos protelatórios para adiar o julgamento da legalidade das contas, mas ponderou que isso faz parte do jogo democrático.
— Se houver essa manobra, de tentar adiar a nossa decisão e não tivermos todas as respostas disponíveis, poderemos criar um apartado [fazer um julgado em partes], mas vamos fazer todo o possível — demos 30 dias de prazo improrrogável — para que os questionamentos sejam respondidos pelos diversos ministros para tomar uma decisão do parecer prévio das contas da presidente Dilma.
Responsável pelo julgamento das contas do governo Dilma, Nardes afirmou que a questão das pedalas poderá pesar no seu relatório final, com data prevista para o dia 17 de junho.
— Dei um prazo de 30 dias para definir as questões. Ano passado já encontramos situação muito crítica. O Ministério da Fazenda não contabilizou cálculos atuariais da Previdência no valor de R$ 1,1 trilhão. Chegamos próximo de R$ 2,3 trilhões não contabilizados no ano passado. E agora constatamos uma série de empréstimos através da Caixa e outras instituições sem sustentação legal.
Nardes é um dos partipantes do 14º Fórum de Comandatuba, promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais).
* O jornalista viajou a convite do Lide (Grupo de Líderes Empresariais)