'No Brasil não tem 3 turnos', diz ministro sobre 'panelaço'
Mercadante diz que Planalto respeita os protestos, mas que é preciso respeitar urnas
Brasil|Bruno Lima, do R7, em Brasília
Horas após o “panelaço” contra a presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse na manhã desta segunda-feira (9) que o Planalto respeita as manifestações, mas que é preciso respeitar o resultado das urnas.
— A primeira regra de um sistema democrático é reconhecer o resultado das eleições. No Brasil só tem dois turnos, não tem três turnos.
Neste domingo (8), alguns moradores de algumas capitais protestaram durante o pronunciamento da presidente em cadeia nacional de rádio e TV no Dia Internacional da Mulher. Algumas pessoas bateram em panelas nas janelas dos prédios. O protesto foi acompanhado por vaias e buzinas em cidades como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
O ministro ressaltou que as manifestações aconteceram em regiões em que o governo registrou baixo índice de votos na eleição de outubro de 2014. Mercadante afirmou que Dilma tem uma “vida dedicada aos direitos das mulheres” e que todo ano a presidente faz um discurso no dia 8 de março.
Mercadante declarou ser de uma geração que só conhecia a democracia pelos livros de história e que por isso respeita as manifestações, mas defendeu diálogo e criticou o clima de divisão criado no País após as eleições.
— Nós precisamos construir uma cultura de tolerância, de diálogo, de respeito. É isso que ajuda a construir uma agenda de convergência que é fundamental para o País. Poder construir essa convergência, superar as dificuldades conjunturais o mais rápido possível e poder assegurar não só a estabilidade econômica, a estabilidade das instituições, mas a recuperação do crescimento econômico.
Ajustes
Mais uma vez, o ministro defendeu os ajustes fiscais propostos pelo governo, outro tema abordado por Dilma durante o pronunciamento.
Para Mercadante, o Brasil enfrenta com êxito a crise econômica internacional desde 2009. Ele reconheceu que o momento é delicado.
— Nós estamos gastando um dezoito avos da verba de custeio do governo. Não temos um orçamento e estamos buscando austeridade fiscal para ajudar a reequilibrar as finanças públicas, manter a estabilidade e com isso mais rapidamente poder voltar a crescer, voltar a investir, voltar a ter boas parcerias público-privadas.