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Para China, vitória de Trump cria incertezas e oportunidades

Brasil|Do R7

Por Michael Martina e Sue-Lin Wong

PEQUIM (Reuters) - A surpreendente vitória de Donald Trump coloca pressão sobre questões estratégias e econômicas nos laços entre Estados Unidos e China, e provavelmente surpreendeu e preocupou líderes chineses, que prezam pela estabilidade nas relações entre as duas potências.

Trump criticou a China durante a campanha, e rendeu manchetes por suas promessas de impor tarifas de 45 por cento sobre produtos chineses importados e por chamar o país de manipulador do câmbio.

O republicano também questionou os compromissos de segurança dos EUA com aliados e minimizou normas de longa data da política externa norte-americana mantidas pelos depois partidos, como ao sugerir que o Japão desenvolva armas nucleares -declaração que, se ele levar em frente, pode provocar alterações no equilíbrio de segurança regional na Ásia.

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O resultado imprevisível não é o ideal para o Partido Comunista da China, obcecado pela estabilidade, especialmente no momento em que o regime chinês busca amenizar as relações com os EUA mediante as reformas desafiadores em casa, uma economia em desaceleração e uma troca de liderança que colocará uma nova elite do partido no entorno do presidente Xi Jinping no fim de 2017.

Pequim tende a preferir os sucessores de partidos com linhas política consistentes. A falta de experiência governamental de Trump e sua abordagem não ortodoxa ante prioridades de longa data do Partido Republicano podem representar uma dor de cabeça para autoridades chinesas.

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Jia Qingguo, reitor da Escola de Relações Internacionais da conceituada Universidade Peking e conselheiro do governo, chamou Trump de "símbolo da incerteza".

"A China espera que a futura política dos Estados Unidos seja mais clara, porque assim podemos nos preparar e lidar com ela", disse Jia.

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EMPRESÁRIO PRAGMÁTICO

Certamente, uma Casa Branca comandada por Trump apresenta à China uma variação de novas oportunidades.

Décadas de críticas de Hillary Clinton ao histórico de direitos humanos da China e sua insistência sobre o interesse norte-americano no Mar do Sul da China tornaram a democrata uma conhecida, mas não apreciada, figura entre a elite governista de Pequim.

Especialistas chineses dizem que algumas pessoas em Pequim acreditam que Trump irá provar ser um empresário pragmático, disposto a negociar com a China.

"Qualquer tipo de política protecionista será uma faca de dois gumes", disse Ruan Zongze, ex-diplomata chinês agora membro do Instituto da China de Estudos Internacionais, associado ao Ministério das Relações Exteriores. "Acho que ele será muito cauteloso sobre isto."

O presidente chinês cumprimentou Trump pela vitória nesta quarta-feira, de acordo com a TV estatal chinesa, e disse ao presidente eleito dos EUA que as duas maiores economias do mundo têm a responsabilidade de promover o desenvolvimento e a prosperidade global.

"Eu ponho grande importância no relacionamento China-EUA, e espero trabalhar com você para manter os princípios de não conflito, não confrontação, respeito mútuo e cooperação ganha-ganha", disse Xi a Trump em mensagem, acrescentando que o desenvolvimento estável e saudável em longo prazo das relações entre EUA e China está nos interesses fundamentais dos povos de ambos os países, acrescentou.

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