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Parceria da PF com países vizinhos evitou entrada de 3 t de drogas no Brasil

Instituição, porém, não informa quanto gasta com as ações

Brasil|Filippo Cecilio, do R7

PF já destruiu 160 t de maconha produzidas no Brasil só em 2012
PF já destruiu 160 t de maconha produzidas no Brasil só em 2012

Os acordos de cooperação que a PF (Polícia Federal) mantém com as polícias de países vizinhos garantiram a destruição de 2,8 toneladas de drogas que tinham como destino o Brasil desde 2011.

Somente nos últimos dois anos, a PF colaborou com a destruição de 200 hectares de plantação de folha de coca e seis laboratórios de refino no Peru, que gerariam 1,4 tonelada de cocaína, além de 1,4 tonelada de maconha no Paraguai.

Nos planos de ajuda mútua estão previstas a capacitação de policiais, a troca de informações entre as polícias e o envio de recursos e suprimentos para as operações de combate ao tráfico internacional.

A Polícia Federal não informou quanto gasta com essas ações, mas o diretor da Divisão de Combate ao Crime Organizado da PF, Oslain Santana, explicou como são transferidos os recursos.


— O valor em cada operação é calculado. A polícia nos solicita o que é necessário, muitas vezes é um helicóptero, muitas vezes precisam apenas do combustível ou alimentação dos policiais e servidores envolvidos. É variável, depende muito da solicitação do país parceiro.

Os termos de cooperação surgiram em 1999, com o Paraguai. Depois disso, pactos semelhantes foram firmados com Peru, Bolívia e Colômbia.


Essa nova etapa da estratégia de colaboração começou após a PF detectar que, nos últimos anos, as folhas de coca vêm sendo plantadas em locais cada vez mais próximos das fronteiras entre o Brasil e os países produtores da planta. Os traficantes usam do artifício para facilitar a passagem da droga para terras brasileiras.

Segundo dados da PF, 90% da cocaína aqui consumida é produzida no Peru e na Bolívia. Quando se trata de maconha, 80% das plantas que abastecem o mercado brasileiro vêm do Paraguai.


A contrapartida que o Brasil recebe pela colaboração é pequena, como explica o diretor da PF.

— Somos convidados a fazer capacitação nesses países. Agentes da PF frequentam núcleos de excelência nesses países. Há também a troca de informações sobre tráfico de drogas, porque quem compra a droga lá são brasileiros que depois comercializam em território nacional.

Fiscalização

Atualmente, 1,4 mil agentes da polícia fiscalizam a entrada de drogas ilícitas pelos 16,8 mil quilômetros de fronteiras do Brasil, ou seja, cada oficial é responsável pelo monitoramento de 12 quilômetros. Santana diz que espera a formação de mais quatro mil policiais até 2014.

— Hoje temos 15 mil cargos criados, mas preenchidos apenas 11 mil. Já fizemos concurso para 600, que serão formados em dezembro, e há outro em andamento. Ano que vem serão mais 1,2 mil. Até o final de 2014 teremos esses 4 mil.

Levantamento feito pela própria PF mostra que, nos últimos dez anos, 70% da cocaína e maconha apreendidas no Brasil entraram por sete Estados: Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.

O efetivo desses locais é quase todo destinado ao combate do tráfico internacional. A intenção da PF, por isso, é direcionar os servidores recém-concursados para essas regiões específicas.

Os acordos internacionais entre as polícias possuem duração de dois anos e são renováveis. A parceria conta com a supervisão do Itamaraty.

Quando se trata apenas da produção local, as autoridades eliminaram, até junho deste ano, 160 toneladas de maconha. No ano passado, esse número chegou a 400 toneladas. A droga se concentrava basicamente em quatro Estados: Bahia, Maranhão, Pernambuco e Pará.

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