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Petrobras vê acordo da Opep com cautela; alta do petróleo pode não se manter, diz CEO

Brasil|

SÃO PAULO (Reuters) - O acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para cortar a produção deve ser visto com "muito cuidado", uma vez que a forte alta recente dos preços do petróleo decorrente do pacto pode não se manter, disse nesta sexta-feira o presidente-executivo da Petrobras, Pedro Parente, durante apresentação em São Paulo.

Segundo Parente, o cenário de preços vai depender da produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos. Ele avaliou que os produtores norte-americanos de óleo não convencional podem aumentar a extração na esteira do acordo da Opep, levando novamente os preços de volta para um patamar entre 40 e 50 dólares o barril.

O Brent era negociado em queda de cerca de 1 por cento, a cerca de 53,50 dólares por volta das 11h40 (horário de Brasília), após subir mais de 10 por cento na semana, a mais forte alta semanal desde 2009, seguindo a decisão da Opep de reduzir a produção em 1,2 milhão de barris por dia (bpd) a partir de janeiro, para 32,5 milhões bpd.

"Essa decisão da Opep promove crescimento importante de preços nos últimos dias... mas é uma coisa que a gente tem que olhar com muito cuidado porque a sustentação desses novos níveis depende muito da produção do 'shale'... como eles têm essa rapidez, isso pode na verdade atrair mais produção de 'shale' e trazer de novo os preços para o nível entre 40 e 50 (dólares/barril)", declarou Parente, comentando que esse é o patamar da viabilidade econômica da produção de óleo de xisto nos EUA.

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A avaliação de preços de combustíveis da Petrobras, que agora discute o assunto pelo menos uma vez por mês, de acordo com a nova política, depende de como estão as cotações do petróleo.

Segundo analistas consultados pela Reuters nesta semana, a alta nas cotações do petróleo, após o acordo da Opep, e os ganhos do dólar, na esteira da eleição de Donald Trump e das tensões políticas no Brasil, deverão ser argumentos fortes para a Petrobras elevar os preços da gasolina e do diesel.

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Parente revelou, durante sua apresentação no encontro anual da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que o comitê que decide sobre os preços deverá se reunir ainda nesta primeira quinzena de dezembro, mas não detalhou a data nem uma tendência para um eventual reajuste.

Mas o executivo afirmou que espera que a nova política de preços da Petrobras, anunciada em outubro, faça com que os reajustes sejam vistos com mais naturalidade, como acontece em outros países.

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"O mercado antes discutia se Petrobras teria política de preços, e agora discute se empresa vai de fato cumprir a política após mudanças no câmbio e no Brent que apontam para custo maior do petróleo", disse ele.

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(Por Luciano Costa)

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