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Presidente da Venezula é chamado de “ditador” após anulação do Congresso

Brasil|

Por Diego Oré e Andrew Cawthorne

CARACAS (Reuters) - Líderes da oposição chamaram o presidente da Venezuela, o socialista Nicolás Maduro, de “ditador” nesta quinta-feira, após o Tribunal Supremo de Justiça assumir as funções do Congresso e levar um longo impasse político a novos patamares.

Houve rápida condenação internacional à anulação de facto da Assembleia Nacional, onde a oposição conquistou a maioria no final de 2015, em meio a uma crise econômica sem precedentes que fez a popularidade de Maduro despencar.

O chefe da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, disse que o tribunal venezuelano desferiu as pancadas finais à democracia no país e acusou o “regime” de Maduro de realizar um “golpe”.

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Brasil, Estados Unidos, Argentina, México, Colômbia e Chile expressaram fortes preocupações, enquanto o Peru retirou seu embaixador após o que disse ser uma ruptura na democracia do país de 30 milhões de habitantes. [nL2N1H726X][nE6N1DO01W][nL2N1H71FL]

A mais alta corte da Venezuela já havia contrariado a maior parte das decisões da Assembleia Nacional desde que a oposição conquistou a maioria. Mas na noite de quarta-feira declarou explicitamente que iria assumir o papel do Congresso em uma decisão autorizando Maduro a criar joint ventures de petróleo sem a aprovação parlamentar prévia.

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"Advertimos que enquanto permanecer a situação de desacato e de invalidez das atuações da Assembleia Nacional, esta Sala Constitucional garantirá que as competências parlamentares sejam exercidas por esta Sala ou pelo órgão que ela determinar", disse o Supremo em uma decisão judicial.

A acusação de desacato foi feita a partir de acusações de compra de votos contra três parlamentares no Estado do Amazonas, no sul do país. Mesmo que estes parlamentares não tenham mais assentos, o tribunal informou que os líderes parlamentares não lidaram legalmente com o caso.

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Críticos de Maduro dizem que é tudo uma desculpa para ele consolidar o poder e silenciar a oposição em meio a uma severa recessão, aumento da inflação e falta de comida e remédios.

Maduro, ex-motorista de ônibus e ex-ministro das Relações Exteriores de 54 anos, foi eleito por pequena margem em 2013 para suceder o presidente Hugo Chávez. Ele acusou Washington de liderar uma tentativa de derrubá-lo, como parte de uma ampla ofensiva contra governos esquerdistas.

Alvo de repreensões ao redor da América Latina, o governo de Maduro condenou nesta quinta-feira o que descreveu como um “pacto da direita regional” contra o governo.

“Nós rejeitamos o apoio do governo peruano a setores violentos e extremistas na Venezuela”, disse a ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, em uma série de publicações no Twitter.

Líderes da coalizão da oposição Unidade Democrática renovaram suas demandas por eleições presidenciais antecipadas e acusaram Maduro de replicar o notório fechamento do Congresso do Peru pelo então presidente Alberto Fujimori.

“Nicolás Maduro realizou um ‘golpe de Estado’... isto é uma ditadura”, disse o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, antes de rasgar uma cópia da decisão do Supremo Tribunal durante entrevista coletiva nos jardins da assembleia.

“Isto é lixo de pessoas que sequestraram a Constituição, direitos e liberdade dos venezuelanos... A Assembleia Nacional não reconhece o Tribunal Supremo”.

A oposição prometeu novos protestos nas ruas a partir do sábado -- mas esta tática fracassou no passado, apesar de marchas que atraíram centenas de milhares de manifestantes.

No ano passado, a oposição pediu um referendo para retirar Maduro e forçar uma nova eleição presidencial, mas autoridades impediram e também adiaram eleições locais que eram para ter sido realizadas em 2016.

O mandato de Maduro na Presidência termina em janeiro de 2019.

(Reportagem adicional de Corina Pons, Eyanir Chinea, Andreina Aponte, em Caracas; Mitra Taj in Lima, and Rosalba O'Brien, em Santiago)

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