O presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), criticou no começo da noite deste sábado (16) os deputados que cogitam faltar na votação do impeachment marcada para o domingo (17). Nas últimas horas, o Palácio do Planalto operou uma estratégia para diminuir o quórum de votação, já que para afastar a presidente Dilma Rousseff do cargo são necessários 342 votos
— Nós estamos muito tranquilos. Os partidos estão firmes. Não é uma votação individual, de cada parlamentar. Acho muito difícil qualquer parlamentar ter a condição de se esconder e não vir votar", disse Jucá. "Os deputados que faltarem estarão frustrando seus eleitores e suas famílias.
Jucá deu as declarações ao chegar ao Palácio do Jaburu para se encontrar com o vice-presidente, Michel Temer. Ele reconheceu que o governo não vai desistir de evitar o impeachment.
— Não esperaria que eles (do governo) se entregassem. Agora, a verdade é superior a qualquer boato. Então amanhã nós vamos ver.
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O senador comentou a mudança de votos de alguns deputados que decidiram, nas últimas horas, ficar com Dilma sob o argumento de que o afastamento dela significaria um vitória do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
— [Eram esperados] esses votos que já viraram independentes.'Dilma nem Cunha' não serão realmente. Será Temer.
Jucá criticou Dilma por ter insinuado que Temer pretende cortar programas sociais, como o Bolsa Família. Como o vice havia feito mais cedo, ele classificou como "mentira" a fala da presidente.
— Aliás, de 2014 para cá, o que é mentira já foi desmascarado. O que eles [o governo] estão dizendo agora é um repeteco da campanha do que não cumpriram.
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Segundo Jucá, Temer deve passar o domingo no Palácio do Jaburu.
— Ele está muito tranquilo. É um homem muito experiente. E a sociedade sabe separar o que é verdade e o que é mentira", disse. "Quem souber ganhar vai precisar grandeza para administrar. Quem perder vai precisar grandeza para perder.
Cid Gomes
Ao visitar Dilma no começo da noite no Palácio da Alvorada, o ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PDT) afirmou que ela acredita que poderá barrar o impeachment.
— Não tem nada decidido. Quem tiver cantando vitória antes do tempo errará.
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Apesar de lutar para evitar o afastamento de Dilma, Cid — que foi ministro da Educação de janeiro a março de 2015 — criticou o governo do PT.
— Para mim a Dilma é séria, [mas] o governo está no fundo do poço.
Cid, porém, justificou por que é contra o impeachment.
— A gente tem de defender um valor democrático. Um mandato é uma coisa consagrada pela população. E o mandato só pode ser retirado se houver crime, roubo.