Procurador da Lava Jato diz que corrupção é problema de todos os partidos

O procurador da República Deltan Dallagnol, que faz parte da força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) que investiga a Lava Jato, afirmou nesta segunda-feira (16) que a corrupção é um problema que afeta a todos os partidos políticos no Brasil.

Durante entrevista coletiva, em Curitiba, para detalhar as acusações sobre as 27 pessoas denunciadas hoje à Justiça, Dallagnol afirmou que a corrupção “é um fenômeno pluripartidário”.

— O MPF não entende que a corrupção é um problema do partido A ou B. A corrupção é um fenômeno pluripartidário. Em razão disso, se queremos que a corrupção diminua, devemos mudar as estruturas.

Dallagnol ressaltou que “o caso Lava Jato indignou o País, mas não transformou o País”.

— Precisamos de transformações estruturais em nosso sistema político e jurídico.

O procurador afirmou que não se pode adotar a estratégia da “maçã podre”, em que “você tira a maçã podre do cesto e fica tudo limpo”.

— Essa visão é criticada. Se nós queremos combater a corrupção, não devemos adotar a teoria da maçã podre. Temos que alterar o sistema político e criminal.

Ele ressaltou que neste mês, a Câmara de Combate à Corrupção do MPF irá apresentar propostas de combate ao crime.

“Grande parte dessas medidas são por experiência na Lava Jato”, declarou, citando Hong Kong como um exemplo no combate à corrupção.

Volume desviado

O procurador estimou em R$ 4 bilhões o montante de recursos desviados da estatal petrolífera, mas disse que esse valor ainda pode aumentar.

— A investigação está em curso. Esse montante pode aumentar. Não estamos no fim. Estamos descobrindo crimes a cada semana a cada mês. O trabalho não para aqui.