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PSB não precisa pedir licença para tomar decisões, diz Campos sobre 2014

Pernambucano reluta em assumir, mas seus partidários já o lançam na disputa presidencial

Brasil|Filippo Cecilio, do R7, em Santos (SP)

Provável candidato em 2014, Campos diz que vai tomar decisão "na hora certa"
Provável candidato em 2014, Campos diz que vai tomar decisão "na hora certa"

Apesar de ainda negar que será candidato à Presidência em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), mandou nesta sexta-feira (5) um claro recado para o PT e o governo de Dilma Rousseff, que esperam ainda contar com o apoio do neto de Miguel Arraes e de seu partido nas eleições do ano que vem.

Após discursar no 57º Congresso Estadual de Municípios, em Santos (SP), o socialista usou um tom firme para dizer que sua legenda não precisa da autorização de ninguém para tomar decisões com relação ao pleito do ano que vem.

— Somos um partido que tem direção e tem debate. Nunca fomos e nem vamos ser sublegenda de ninguém e não precisamos pedir licença a nenhuma agremiação partidária, seja ela qual for, para tomar uma decisão. E vamos tomar a decisão que nos cabe no tempo que acharmos correto, na hora certa.

O pernambucano disse ainda que a demora em se lançar candidato “não é nenhum lance de sabedoria política, um gesto calculado”.


— Não somos dados a isso. Quando é para ir para disputa, nós vamos e a fazemos de maneira clara e objetiva.

A chegada de Campos foi digna de um ato de campanha, com direito a carro de som e claques que entoavam gritos de “Brasil, pra frente. Eduardo presidente”, conforme ele caminhava.


O governador também seguiu uma agenda típica de candidato, parando para tirar fotos e comendo um sanduíche de mortadela que lhe foi oferecido.

Atrás de Campos, na sala em que o governador de Pernambuco concedeu entrevista coletiva, estava um enorme banner com a frase”um novo caminho para um novo Brasil”.


O presidente estadual do PSB em São Paulo, deputado Márcio França, disse que trabalha “fortemente” pela candidatura de Campos.

— Sou amplamente favorável à candidatura dele, acho que o País precisa desse debate.

A deputada federal Luiza Erundida (PSB-SP), uma das principais lideranças da legenda, foi ainda mais clara.

— No que depender do partido, Eduardo Campos será candidato em 2014.

Interditando o debate

Ao negar sua candidatura, Campos reclamou de setores da classe política que estariam tentando “interditar o debate” sobre os problemas do País, fazendo entender que debater política é o mesmo que discutir eleição.

A mensagem também tinha como destino o PT, mas dessa vez o pernambucano adotou um tom mais leve na explicação, evitando direcionar o ataque.

— Não se trata de dar nome aos bois, mas de uma convicção que eu tenho de que o mundo está fazendo um profundo debate com relação à economia global e nós não podemos nos constranger a discutir porque alguém vai achar que isso é discutir eleição.

Para Campos, é preciso primeiro “ganhar 2013”, para só então começar a pensar no ano eleitoral, e disse que a antecipação do debate é “natural” pelo movimento da militância.

— Entendemos que esse é um ano para unir o País em torno de uma pauta que sirva ao País. E isso não vai ser construído se a gente começar a disputa eleitoral. É natural que o ambiente dos partidos seja tocado pelo gesto de outros. Se você for a um jogo de futebol, quando uma torcida começa a cantar a outra segue.

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