PT blinda partido contra denúncias da Operação Porto Seguro
Presidente da legenda afirma que supostos crimes foram ações isoladas de militantes
Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília
Rui Falcão, presidente do PT, saiu em defesa do partido, neste sábado (8), negando que as denúncias de tráfico de influência dentro do governo federal e comércio de pareceres técnicos possam denegrir a imagem da legenda. De acordo com o político, as suspeitas levantadas pela Operação Porto Seguro, da PF (Polícia Federal), dizem respeito a ações isoladas.
— São militantes com ação isolada, o partido não convalida esse tipo de prática pelo qual estão sendo acusados e tem todo direito ainda de expressar sua defesa.
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As declarações foram dadas durante encontro do Diretório Nacional do PT, realizado nesta sexta (7) e sábado (8), em Brasília. Falcão respondeu sobre a ação da PF, que indiciou 18 pessoas, entre servidores públicos e diretores de agências reguladoras. As investigações resultaram em demissões no governo federal. O último a ser afastado foi o diretor da Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário), Tiago Lima. Ele perdeu o cargo nesta sexta-feira (7) e a exoneração deve ser publicada no Diário Oficial da União da próxima segunda-feira (10).
Sem envolvimento
No entanto, o presidente do PT disse que o assunto nem foi tema de discussão durante a reunião do Diretório Nacional do partido. Rui Falcão voltou a afirmar que a Polícia Federal é uma instituição independente e que não houve nenhuma interferência do governo nas investigações.
— O PT nada tem a ver com investigação da Polícia Federal, que faz seu trabalho regularmente e fixa prazos para continuidade ou encerramento dos inquéritos. Desde o governo Lula, a Polícia Federal tem tido liberdade de ação, foi reaparelhada funcionalmente e materialmente e cumpre suas funções regularmente.
O discurso de Rui Falcão reforça a estratégia do partido de se desvincular das denúncias e blindar o ex-presidente Lula, que é citado nas investigações.
Falcão também teve o nome envolvido nas denúncias, como sendo o intermediador de uma reunião entre o ex-diretor da ANA (Agência Nacional de Águas), Paulo Vieira, considerado o chefe da quadrilha, e o empresário e ex-senador, Gilberto Miranda.
Mas o presidente do PT nega qualquer tipo de relação com os indiciados pela Operação Porto Seguro, e diz que não conhece Paulo Vieira nem nunca falou com ele.