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PT e governo defendem eleições gerais caso Congresso aprove ou rejeite impeachment

Ideia era cogitada apenas em conversas reservadas, agora passou a ser defendida abertamente

Brasil|Do R7, com Agência Estado

Wadih Damous (PT-RJ) acusou Temer de oferecer o fim da Lava Jato em troca de votos favoráveis ao impeachment
Wadih Damous (PT-RJ) acusou Temer de oferecer o fim da Lava Jato em troca de votos favoráveis ao impeachment Wadih Damous (PT-RJ) acusou Temer de oferecer o fim da Lava Jato em troca de votos favoráveis ao impeachment

O PT e o governo planejam fazer uma grande campanha nacional de coleta de assinaturas em apoio a uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) caso o Congresso aprove ou mesmo rejeite o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A ideia, que até agora era cogitada apenas em conversas reservadas, passou a ser defendida abertamente pelos estrategistas próximos à Dilma.

"Se o impeachment de fato for decretado, passar pelo Senado, nós vamos defender eleições gerais porque não reconhecemos no vice-presidente condições morais e jurídicas para vir a presidir o Brasil. O caminho para isso é apresentar uma PEC com amplo apoio popular, recolher milhões de assinaturas. Eu vou defender isso dentro do PT e acredito que o PT vai defender também. Nós vamos conviver com um golpe? Não. Assim como não convivemos com a ditadura", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos principais articuladores da reação anti-impeachment.

A tese é corroborada por ministros palacianos e ganha cada vez mais adeptos entre os aliados de Dilma. Na quarta-feira, em conversa com jornalistas, a presidente admitiu "respeitar" uma proposta alternativa que passe pelo voto popular.

Essa posição, contudo, já foi levantada pelo presidente Lula no início da semana. A alternativa ganhou força principalmente após a divulgação da mais recente pesquisa do instituto Datafolha, que mostra Lula na liderança das intenções de voto para presidente com 21% no cenário em que disputa com os candidatos mais prováveis. Ele é seguido de perto por Marina Silva (Rede), que conta hoje com 19%, e pelo senador Aécio Neves (PSDB), com 17%. Jair Bolsonaro (PSC) tem 8% e Ciro Gomes (PDT), 7%.

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A ideia de Lula tem respaldo de lideranças do PMDB como o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que mantém distância do vice-presidente Michel Temer, sucessor de Dilma no caso de o impeachment passar no Congresso.

Quando?

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As poucas divergências para conclamar eleições gerais são quanto ao momento em que a campanha deve ser deflagrada. Alguns petistas defendem que seja logo depois da votação na Câmara, em caso de derrota do governo. Eles apostam que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai "esfriar" a disputa quando o impeachment chegar em suas mãos e retardar o ritmo do processo, o que daria tempo para a mobilização pela coleta de assinaturas.

Aliados de Dilma se fiam em pesquisas de opinião que mostram aversão a Temer igual ou maior do que à presidente por parte da população e acreditam que não seria impossível, com ajuda dos movimentos sociais ligados ao partido, coletar milhões de assinaturas em poucas semanas para pressionar o Congresso a aprovar a PEC.

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No Palácio do Planalto e entre a aliados de Dilma a ideia tem sido chamada de "contragolpe", uma espécie de revanche contra Temer, que virou alvo de fúria entre petistas que prometem desestabilizar um eventual governo do vice.

"Se o impeachment for admitido aqui, acho muito difícil que o doutor Michel Temer tenha condições de governar porque obviamente terá se tratado de um golpe. Ele da nossa parte não merecerá o tratamento de presidente, ele é um usurpador, um conspirador, um traidor", disse Damous.

Na conversa com jornalistas, Dilma acusou Temer de "se associar" politicamente ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Operação Lava Jato, para derrubar o governo. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu a interlocutores que preferia ver o País nas mãos do PSDB, em uma derrota eleitoral do PT, do que entregue ao grupo do vice. Damous acusou Temer de oferecer o fim da Lava Jato em troca de votos pelo impeachment.

— O doutor Temer hoje não conseguiria se eleger vereador. Mais cedo ou mais tarde vai virar alvo da Lava Jato. Aliás, ele tem conseguido virar votos aqui na Câmara, isso eu sei, dizendo que se eleger acaba com a Lava Jato.

O vice-presidente foi procurado por meio de sua assessoria para comentar a acusação, mas não respondeu.

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