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Renan acusa PF de ter usado 'métodos fascistas' e diz que vai ao STF

Presidente do Senado voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes por ação de policiais

Brasil|Do R7

Renan Calheiros, presidente do Senado
Renan Calheiros, presidente do Senado

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou a Polícia Federal de ter se valido de "métodos fascistas" nunca adotados sequer na "ditadura" na operação que levou a prisão na sexta-feira (21) quatro policiais legislativos da Casa.

O peemedebista anunciou que a Advocacia do Senado vai entrar até esta terça-feira (25) no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ação para defender as prerrogativas de atuação da Polícia Legislativa, chamou o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, de "chefete de polícia" e ainda classificou o juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela operação, de "juizeco" por decretar uma ordem contra o Senado.

"Tenho ódio e nojo a métodos fascista. Como presidente do Senado cabe a mim repeli-los", disse Renan, numa rara entrevista coletiva em seu gabinete, que foi acompanhada por policiais legislativos.

Renan voltou a criticar o ministro da Justiça, Alexandre Moraes. "É lamentável que isso aconteça, um espetáculo inusitado, que nem a ditadura fez, com a participação do ministro do governo, que não tem se portado como um ministro de Estado, no máximo como um ministro circunstancial de governo, chefete de polícia", reclamou.


O presidente do Senado, contudo, disse que não sugeriu a demissão de Moraes ao presidente Michel Temer. Os dois conversaram após a operação ter sido deflagrada. "Não cabe ao presidente do Congresso tratar de substituição ou destituição de ministro, mas lamento que ele tenha se comportado dessa forma, falando mais do que devia, dando bom dia a cavalo", disse Renan.

Cargo


Renan esquivou-se de responder se vai manter no cargo o diretor de Polícia Legislativa da Casa, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, preso na última sexta-feira (21), sob a acusação de liderar um suposto esquema de tentativa de embaraçar a Operação Lava Jato. O diretor estava no cargo havia 11 anos e teve contra si decretado o afastamento das funções públicas por ordem da 10ª Vara Federal de Brasília, responsável por deflagrar a operação.

"A decisão não é minha, é de quem o prendeu", disse Renan, sobre se Pedro Carvalho vai permanecer no cargo.


Questionado pela reportagem sobre o habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (com sede em Brasília) para livrar da prisão o diretor da Polícia Legislativa, Renan não deu maiores detalhes e limitou-se a dizer que a Advocacia Geral do Senado está tratando da defesa dos policiais legislativos.

Pedro Ricardo, mais conhecido como Pedrão, é o único dos quatro policiais que continua preso.

PEC do teto

O presidente do Senado afirmou ainda que a ação da PF não vai atrapalhar na tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria um limite para os gastos públicos.

"Absolutamente, temos que ter compromisso com o Brasil, já conseguimos aprovar por acordo com a oposição um calendário para votação da PEC no primeiro e segundo turno", disse Renan.

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