Reprovação do governo Dilma cresce e atinge 64%, diz CNI/Ibope

A reprovação do governo Dilma aumentou 37 pontos percentuais em relação a dezembro do ano passado e agora 64% dos brasileiros consideram a gestão da presidente "ruim" ou "péssima". Os juros e os impostos foram os principais responsáveis pelo resultado negativo.

Os dados constam de pesquisa do Ibope divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta quarta-feira (1º). No fim do ano passado, havia 27% de insatisfeitos com o governo.

Para o gerente-executivo de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, os dados mostram que os próprios eleitores de Dilma estão insatisfeitos e é isso que explica a queda nos índices de popularidade da presidente e do governo.

— São os eleitores da Dilma que, com o quadro atual de desemprego aumentado, inflação alta e as medidas de ajuste fiscal estão mais insatisfeitos. Claramente, o que se percebe é a insatisfação da população com a situação econômica atual e eles consideram isso culpa do governo.

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Por outro lado, somente 12% consideram a gestão Dilma ótima ou boa — uma queda de 28 pontos percentuais em comparação com dezembro de 2014, quando esse índice era de 40%. Outros 23% dos entrevistados consideram o governo regular, contra 32% registrados no fim de 2014.

Quanto à maneira de governar da presidente, 19% dos brasileiros aprovam Dilma Rousseff. Esse índice é 33 pontos percentuais menor que o registrado no último levantamento, quando 52% das pessoas ouvidas afirmavam aprovar Dilma.

Consequentemente, o índice de pessoas que desaprovam Dilma Rousseff como presidente subiu 37 pontos percentuais — passou de 41% em dezembro do ano passado, para 78% no levantamento de março deste ano.

A pesquisa foi realizada entre os dias 21 e 25 de março, quando 2002 pessoas foram ouvidas em 142 municípios brasileiros. O índice de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é de dois pontos para mais ou pra menos.

Eleitores de Dilma

Entre os eleitores de Dilma, o índice de aprovação do governo caiu de 80% em dezembro para 34% em março. Isso mostra, segundo Fonseca, que a queda da popularidade de Dilma ocorreu tanto entre aqueles que declararam ter votado em Aécio Neves (PSDB-MG) no segundo turno das eleições, como também entre os que dizem ter votado em Dilma Rousseff.

A popularidade de Dilma é menor entre os eleitores jovens, entre 16 e 34 anos, e na região Sul do País. Os dados revelam que mesmo onde a presidente é mais popular, na região Nordeste e entre a população com grau de instrução até a quarta série do Ensino Fundamental, a avaliação do governo também caiu.

Confiança

A pesquisa CNI/Ibope revela ainda que 24% das pessoas entrevistadas afirmam confiar na presidente Dilma Rousseff. Esse índice também caiu na comparação com o último levantamento, quando 51% disseram confiar na presidente.

Já o percentual das pessoas que não confiam em Dilma subiu 30 pontos percentuais, passando de 44% em dezembro do ano passado para 74% dos entrevistados em março deste ano, três meses depois de a presidente tomar posse para seu segundo mandato.

Além disso, para 76% dos entrevistados, o segundo governo de Dilma está sendo pior que o primeiro. Outros 18% consideram que a gestão está igual e somente 4% avaliam que o segundo mandato da presidente é melhor que o primeiro.

As perspectivas para os próximos anos de governo também não são boas. De acordo com a pesquisa, 14% das pessoas acreditam que o restante da gestão Dilma será ótima ou boa, enquanto 55% apostam que o governo será ruim ou péssimo.