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Ricardo Kotscho completa 50 anos de jornalismo e avisa: “Não tem no mundo profissão melhor”

Encontro comemora meio século de estrada do blogueiro do R7 e colunista da Record News

Brasil|Do R7

Em sala de imprensa, Kotscho escreve
Em sala de imprensa, Kotscho escreve Em sala de imprensa, Kotscho escreve

Completar 50 anos de carreira é uma missão árdua em qualquer profissão, mas no jornalismo pode ser mais difícil. Ser repórter é se estressar, sempre correr contra o tempo, trabalhar no fim de semana, passar pouco tempo com a família, abrir mão de qualquer rotina e, para completar, os salários não são lá “essas coisas”.

Por outro lado, fazer jornalismo é fiscalizar, cobrar e denunciar autoridades, pessoas públicas ou civis sobre o que está fora dos trilhos, é ganhar o reconhecimento do público e dos colegas pelo bom trabalho e, principalmente, ter o leitor ou o internauta como cliente e não medir esforços para a notícia — a informação — chegar até ele.

Foi transformando os pontos negativos em vantagens e mergulhando nas virtudes da profissão que o jornalista, repórter, editor, escritor — e avô — que Ricardo Kotscho percorreu 50 anos de carreira.

— Não tem no mundo profissão melhor. Em que outra atividade se pode conhecer melhor a vida, as pessoas?

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Nesse período, Kotscho passou pelas principais redações de jornal do País, escreveu 20 livros — o 21º chega no fim do ano — e chegou ao Palácio do Planalto, onde trabalhou como secretário de Imprensa e Divulgação no governo Lula entre 2003 e 2004.

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— Adoro o jornalismo e a vida de jornalista, que é eterna gangorra. Num dia, como aconteceu comigo muitas vezes, você está entrevistando o progressista Dom Paulo Evaristo Arns e, no outro, o conservador delegado do Dops Romeu Tuma. É o nosso ofício, o nosso dever. E qualquer que seja o nosso entrevistado, do presidente da República ao motorista de táxi, temos a obrigação de tratar bem, com civilidade, com respeito, sem discriminação.

O primeiro emprego de Kotscho, que coleciona amigos por onde passou, foi num jornal de bairro em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. Era um adolescente quando iniciou a carreira e, desde então, acumula histórias de grandes reportagens pelo Brasil.

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O R7 selecionou uma delas: a vez em que conseguiu arrancar uma grande entrevista, ainda que por escrito, do ex-presidente da República e então governador de Minas Gerais Itamar Franco. Era um perfil de Itamar, que detestava lidar com a imprensa. Kotscho lembra que Itamar aceitou recebê-lo, “mas já antecipou que não daria entrevista em hipótese alguma”.

— Ele detestava dar entrevista e não dava mesmo. Me recebeu, me apresentou à equipe e me deixou super à vontade. Passei o dia com ele, mas queria algumas declarações para dar mais densidade ao perfil. Ele disse não e então fiz algumas perguntas por escrito e pedi para a assessora levar a ele, para ver se ele respondia. Uma das perguntas era sobre o que ela achava dos comentários de ser um político que, embora nem sempre fazendo as coisas planejadas e certas, tinha a sorte de ser bem sucedido. Ele ficou furioso com a pergunta e respondeu também por escrito, num texto longo, que alguém com sua biografia política, não chega onde chegou por sorte. Não preciso dizer que a provocação deu resultado e eu saí dali com uma matéria muito melhor. A persistência e a simplicidade me ajudaram muito, daí eu afirmar de novo: não se pode desistir nunca.

Nessa longa jornada, Kotscho foi correspondente do Jornal do Brasil na Europa, entre 1977-1978, e exerceu o cargo de Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República no governo Luiz Inácio Lula da Silva, no período 2003-2004. Também faturou os prêmios Esso, Herzog, Carlito Maia, Comunique-se, Top Blog e Cláudio Abramo, entre outros. Em 2008, foi um dos cinco jornalistas brasileiros contemplados com o Troféu Especial de Imprensa da ONU.

Prestes a completar 45 anos de casamento com dona Mara, Kotscho teve duas filhas – Mariana e Carol – e cinco netos: Laura, Bebel e André, da Mariana; e João e Olga, da Carol.

Para Kotscho jornalismo é paixão. Hoje é colunista e comentarista da Record News, onde divide a bancada com o jornalista Heródoto Barbeiro, e mantém o blog Balaio do Kotscho no R7. Também faz reportagens especiais para a revista Brasileiros.

Seminário em São Paulo

A história arrancada da própria caneta de Itamar Franco, porém, é só uma das grandes reportagens que Kotscho conseguiu e deixou de legado para o jornalismo brasileiro. Quem admira a carreira do jornalista, pode descobrir novos causos, história de furos de reportagem e os bastidores da notícia em um seminário em São Paulo, que terá a participação de Kotscho.

Na próxima sexta-feira (30), a ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP e a Faculdade Cásper Líbero vão realizar o encontro 50 anos de história do Brasil – A prática da Reportagem em meio século de carreira do jornalista Ricardo Kotscho. O encontro terá outros grandes nomes do jornalismo, como Clóvis Rossi, Audálio Dantas, Jorge Araújo, Hélio Campos Mello e Eliane Brum. A mediação será feita por Mariana Kotscho.

Organizado pelo professor Eugênio Bucci (ECA/USP) e pelo jornalista Camilo Vannuchi, o seminário começa às 15h e tem inscrições gratuitas. Para participar, basta enviar nome completo, RG e instituição que representa (se houver) para eventos@fcl.com.br. É necessário apresentar, na entrada, documento de identidade original.

Serviço

50 anos de história do Brasil – A prática da Reportagem em meio século de carreira do jornalista Ricardo Kotscho

Onde: Fáculdade Cásper Líbero

Endereço: avenida Paulista, 900, Bela Vista, São Paulo – sala Aloysio Biondi (5º andar)

Data e hora: sexta-feira, 30 de maio, às 15h

Inscrições gratuitas – enviar e-mail com nome, RG e instituição para eventos@fcl.com.br

Levar documento de identidade original

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