Rompimento com o PT acontecerá “quando for necessário”, diz ministro de Dilma
Decisão do PMDB será tomada em convenção nacional, em março do ano que vem
Brasil|Rodrigo Vasconcelos, do R7, em Brasília
O ministro da SAC (Secretaria de Aviação Civil), Eliseu Padilha (PMDB-RS), afirmou que um rompimento do partido com o PT, com o qual forma a base do governo, acontecerá “quando for necessário”, após conversa com a presidente da Repúbica, Dilma Rousseff.
— Decisão que tem que ser tomada, primeiro, pelo PMDB, depois tratada com a presidenta Dilma e com o PT. Temos uma aliança, entramos pela porta da frente e vamos sair dela pela porta da frente, se e quando for necessário. Temos que ter lealdade, como o PMDB é um partido que cumpre seus compromissos, não é agora que vamos deixar de cumprir.
O discurso de separação do PMDB com o governo surgiu no congresso do centro de estudos do partido, em Brasília, nesta terça-feira (17), que reforçou a vontade dos peemedebistas em lançar um candidato próprio para a presidência da República, em 2018.
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No entanto, Padilha considera que, no momento, a vontade da maioria dos integrantes do partido é a de permanecer no governo. O encontro deliberativo para definir se o PMDB permanece ou não aliado com o PT será realizado em março de 2016.
— Sei que a vontade majoritária hoje do partido é de permanência no governo. Em março teremos outra avaliação, e vamos ver o retrato de março.
No congresso da Fundação Ulysses Guimarães, o PMDB discute o conteúdo do documento “Uma Ponte para o Futuro”, no qual o partido faz duras críticas a política econômica e ao “desajuste fiscal” do governo Dilma, no qual conta com sete ministérios.
Pelo documento, que divide opiniões entre membros do partido, o PMDB sugere uma política de desenvolvimento centrada na iniciativa privada, além da reavaliação de políticas públicas, da prevalência de convenções coletivas sobre leis trabalhistas, e do fim da indexação de benefícios sociais ao salário mínimo.