Sessão do Conselho de Ética de processo contra Cunha é cancelada no plenário da Câmara
Reunião já tinha sido suspensa por conta de manobra com abertura da ordem do dia na Casa
Brasil|Rodrigo Vasconcelos, do R7, em Brasília
A sessão do Conselho de Ética que definiria o futuro do processo de cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi cancelada no plenário da casa, nesta quinta-feira (19). Ainda não há data prevista para uma nova reunião.
Cunha presidia a sessão no plenário, mas repassou a posição para o 2º secretário da Mesa Diretora, Felipe Bornier (PSD-RJ), no momento em que entraram com o pedido de cancelamento. Bornier acatou a questão de ordem feita por aliados de Cunha e, logo em seguida, repassou a presidência ao peemedebista.
O pedido foi feito pelo deputado André Moura (PSC-SE), que alegou que a sessão do conselho foi aberta mesmo depois da espera definida de 30 minutos para que houvesse número de membros suficiente.
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A sessão estava suspensa por decisão do presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), mas seria retomada ainda nesta quinta-feira. Ele acatou o pedido do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que alegou que os assuntos discutidos na sessão poderiam perder valor diante da abertura da ordem do dia no Plenário, numa manobra do próprio Cunha.
A decisão do cancelamento causou bate-boca no Plenário entre aliados de Cunha e os que defendem seu afastamento. O deputado Roberto Freire (PPS-SP) criticou a decisão, e disse que poderia se tratar de uma manobra, pois normalmente as sessões do conselho são retomadas depois que a ordem do dia é finalizada.
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A reunião tinha o objetivo de apreciar o parecer preliminar em que o deputado Fausto Pinato (PRB-SP) recomenda a admissibilidade da representação do PSOL e da Rede contra Eduardo Cunha, por suposta quebra de decoro parlamentar.
Na defesa prévia, o advogado de Cunha, Marcelo Nobre, pediu a suspeição de Pinato como relator, e alegou que o cliente não omitiu informações da CPI da Petrobras e da Receita Federal baseado no parecer de um ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), no qual diz que não há lei que obrigue a declaração de valores de um truste.