Temer vai processar Joesley Batista após acusações: "Suas mentiras serão comprovadas"
Em entrevista, delator acusou presidente da República de chefiar organização criminosa
Brasil|Do R7
O presidente Michel Temer decidiu que vai entrar com ações civil e penal contra o empresário Joesley Batista após acusações feitas em entrevista publicada pela revista Época. O dono da J&F, que controla o frigorífico JBS, afirmou que o grupo político em torno do presidente Michel Temer (PMDB) é "a maior e mais perigosa organização criminosa deste País" e que o presidente é o líder dela.
Em nota divulgada no início da tarde deste sábado (17), o Planalto informou que "o presidente tomará todas medidas cabíveis contra esse senhor" e que "suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que praticou, antes e após a delação".
Segundo o comunicado, o faturamento das empresas da família Batista chegou a R$ 183 bilhões em 2016 graças a "relação construída com governos do passado, muito antes que o presidente Michel Temer chegasse ao Palácio do Planalto. Toda essa história de 'sucesso' é preservada nos depoimentos e nas entrevistas do senhor Joesley Batista. Os reais parceiros de sua trajetória de pilhagens, os verdadeiros contatos de seu submundo, as conversas realmente comprometedoras com os sicários que o acompanhavam, os grandes téntaculos da organização criminosa que ele ajudou a forjar ficam em segundo plano, estrategicamente protegidos".
Ainda de acordo com o texto, as atitudes de Joesley — tanto a frente do grupo empresarial quanto em relação à delação e gravação feita do presidente — "demonstram que o senhor Joesley Batista é o bandido notório de maior sucesso na história brasileira. Conseguiu enriquecer com práticas pelas quais não responderá e mantém hoje seu patrimônio no exterior com o aval da Justiça. Imputa a outros os seus próprios crimes e preserva seus reais sócios. Obtém perdão pelos seus delitos e ganha prazo de 300 meses para devolver o dinheiro da corrupção que o tornou bilionário, e com juros subsidiados. Pagará, anualmente, menos de um dia do faturamento de seu grupo para se livrar da cadeia. O cidadão que renegociar os impostos com a Receita Federal, em situação legítima e legal, não conseguirá metade desse prazo e pagará juros muito maiores".
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Em relação à entrevista do empresário à revista Época, o Planalto declara que Joesley disse "mentiras em série" e que "a maior prova das inverdades desse é a própria gravação que ele apresentou como documento para conseguir o perdão da Justiça e do Ministério Público Federal por crimes que somariam mais de 2000 mil anos de detenção. Em entrevista, ele diz que o presidente sempre pede algo a ele nas conversas que tiveram. Não é do feitio do presidente tal comportamento mendicante. Quando se encontraram, não se ouve ou se registra nenhum pedido do presidente a ele. E, sim, o contrário. Era Joesley quem queria resolver seus problemas no governo, e pede seguidamente. Não foi atendido antes, muito menos depois".
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