Bolsonaro afirma que Brasil não vai aderir às sanções econômicas contra Rússia
O chefe do Executivo disse que o líder ucraniano 'desabafou' durante a conversa que os dois tiveram na última segunda-feira (18)
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
Após receber apelo do líder ucraniano Volodmir Zelenski, o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar, nesta sexta-feira (22), que o Brasil não vai aderir às sanções econômicas impostas à Rússia por causa da invasão da Ucrânia.
Durante visita a um posto de combustível em Brasília, Bolsonaro comentou o telefonema que teve com o ucraniano na última segunda-feira (18). "Ele desabafou muita coisa, né? Eu não retruquei, mantive a posição de estadista", disse.
"Nós não vamos aderir às sanções econômicas. Continuamos [com a posição de] equilíbrio. Se eu não tivesse essa posição de equilíbrio, você acha que teríamos fertilizantes no país?", questionou.
Na sequência, o presidente defendeu o fim da guerra, iniciada em 24 de fevereiro deste ano, dias após a visita de Bolsonaro a Moscou. "Uma guerra a gente tem que tentar acabar com ela, não aumentar a temperatura. O contato com Putin é 10, excelente. Estados Unidos voltou à quase normalidade. O Brasil é procurado pelo mundo todo."
Telefonema
Zelenski informou na segunda-feira que conversou com Bolsonaro por telefone sobre exportações de grãos ucranianos, com o objetivo de evitar uma crise alimentar global, e sanções contra a Rússia.
"Tive uma conversa com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Eu o informei sobre a situação no front [da guerra]. Discutimos a importância de retomar as exportações de grãos ucranianos para evitar uma crise alimentar global, provocada pela Rússia. Faço um apelo a todos os parceiros para que se juntem às sanções contra o agressor", afirmou Zelenski nas redes sociais.
O telefonema de Bolsonaro para Zelenski foi o primeiro diálogo entre os líderes desde o começo do conflito, iniciado no dia 24 de fevereiro. Até hoje, o chefe do Executivo brasileiro não condenou a invasão por parte da Rússia e mantém os laços comerciais com os russos.
Nas últimas semanas, inclusive, ele anunciou que "está quase certo" um acordo com a Rússia para a compra de diesel.