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CPI mira relação de empresa com Barros e negociação da Coronavac

Sócio da Belcher deve ser perguntado, nesta terça-feira, sobre negociação relativa às vacinas do laboratório chinês CanSino

Brasília|Sarah Teófilo, em Brasília, Do R7

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 ouve nesta terça-feira (24) o sócio da empresa Belcher Farmacêutica, sediada no Paraná, Emanuel Catori. Os senadores devem focar na relação da empresa com o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), com as negociações envolvendo a importação de 60 milhões de imunizantes do laboratório chinês CanSino, a R$ 5 bilhões, e de 9 milhões de doses da CoronaVac, do laboratório Sinovac Biotech.

Está com os senadores uma carta da Belcher ao Ministério da Saúde sobre a importação de 8 milhões de doses da CoronaVac, além de outra sobre a compra de 1 milhão de unidades do imunizante. Os parlamentares querem entender melhor a negociação.

As cartas são do fim de março. Em 1º de abril, o ministério, segundo documentos obtidos pela CPI, concordou com o processo envolvendo as 8 milhões de doses e, em 19 de abril, com a importação de 1 milhão de doses.

No dia 12, a empresa enviou ao embaixador da China no Brasil uma carta iinformando o interesse do ministério pelas doses da CoronaVac. Na carta, a empresa afirma: "Importante ressaltar que os imunizantes pretendidos serão doados integralmente ao Sistema Único de Saúde (SUS) para serem utilizados no Programa Nacional de Imunização (PNI)".

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Os senadores devem focar nesses pontos e na relação da empresa com Barros. Com sede em Maringá (PR), cidade onde o deputado foi prefeito, um dos sócios da empresa, Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, é filho de Francisco Feio Ribeiro Filho, que atuou na prefeitura da cidade na gestão de Barros e é amigo do deputado.

No caso da CanSino, um contrato de intenção de compra com o governo brasileiro chegou a ser assinado para adquirir 60 milhões de doses, mas, em meio às apurações da CPI, o laboratório chinês rompeu o acordo com a Belcher. Os parlamentares também devem perguntar sobre o advogado Flávio Pansieri, que aparece atuando nas negociações envolvendo a CanSino, segundo informações da CPI. Pansieri foi advogado de Barros e sócio em um escritório de advocacia do genro do deputado, Diego Campos

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Senadores têm um documento com cerca de 100 páginas, com mensagens e fotos, envolvendo as apurações da Belcher no âmbito da CPI, que deve ser usado nos questionamentos desta terça.

Na CPI, Catori também deve ser perguntado sobre o fato de a empresa ter sido alvo da Operação Falso Negativo, no Distrito Federal, deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, por suspeita de fraude na compra de testes rápidos para Covid-19.

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"O que precisa ser esclarecido se relaciona com a posição de advocacia administrativa feita pelo deputado Ricardo Barros e sua ligação com o depoente", afirmou Otto Alencar (PSD-BA), integrante da comissão.

A intenção dos senadores é concluir todos os trabalhos entre 15 e 25 de setembro, antecipando o prazo final da comissão, que poderia seguir até 5 de novembro.

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