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Daniel Silveira diz que só coloca tornozeleira após ordem da Câmara

Ministro do STF determinou uso do equipamento depois do pedido da PGR; ação será analisada pelo plenário do Supremo em abril

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Deputado Daniel Silveira (à direita) no plenário da Câmara
Deputado Daniel Silveira (à direita) no plenário da Câmara Deputado Daniel Silveira (à direita) no plenário da Câmara

O deputado federal Daniel Silveira (União-RJ) usou o plenário da Câmara, nesta quarta-feira (30), para reiterar que não vai cumprir a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes que o obriga a usar tornozeleira eletrônica. "Até aceito, sim, a imposição quando os deputados decidirem se vai ser ou não aplicado", afirmou.

Silveira é investigado por suspeita de cometer ataques contra o STF, os ministros e as instituições democráticas. Depois que ele descumpriu restrições impostas, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), Moraes determinou o uso do equipamento. O ministro afirmou que a Polícia Federal poderá inclusive entrar na Câmara, caso necessário, para impor o cumprimento da decisão.

Nesta terça-feira (29), Silveira afirmou que não vai colocar a tornozeleira e disse que ficaria no plenário da Casa para não ter de cumprir a determinação, por entender que a polícia não poderia entrar no plenário. O deputado passou a noite em seu gabinete.

Silveira ainda afirmou nesta quarta-feira que não se recusa a cumprir ordens judiciais. "Só que a ordem do Moraes coloca em xeque todo o Parlamento e o Poder Legislativo, uma vez que ele impõe medidas cautelares antes de serem analisadas pela Casa. [...] Não adianta dizer que aceito, e abrir precedente contra o Legislativo e escalada de autoritarismo por uma única pessoa. Isso é inadmissível", afirmou.

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O deputado disse ainda que a Câmara é "solo sagrado, e o parlamentar é inviolável". E acrescentou: "Peço o respeito às imunidades parlamentares. Aceito, sim, [a decisão do STF] quando os parlamentares decidirem desta maneira". Nesta terça-feira, Silveira afirmou que só vai deixar o prédio da Câmara quando for pautado um dos dois pedidos de sustação da ação penal 1.044, que tramita no STF, que derrubaria as medidas cautelares.

No entanto, nesta quarta, o STF decidiu que vai julgar a ação penal no próximo dia 20 de abril. A ação foi protocolada no ano passado, a partir de denúncia da PGR. Nela, Silveira é acusado de ameaças contra o STF e os ministros pelas redes sociais. Caso receba decisão desfavorável no julgamento, ele se tornará inelegível por oito anos.

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A confirmação da data do julgamento ocorreu após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), divulgar uma nota, nesta quarta, com um tom mais duro em relação a Silveira, mas frisando a defesa da inviolabilidade da Câmara.

"Decisões judiciais devem ser cumpridas, assim como a inviolabilidade da Casa do Povo deve ser preservada. Sagrada durante as sessões, ela tem também dimensão simbólica na ordem democrática. Ideal que o STF analisasse logo os pedidos do deputado Daniel Silveira e que a Justiça siga a partir desta decisão mais ampla da nossa Corte Superior. Condeno o uso midiático das dependências da Câmara, mas sou guardião da sua inviolabilidade. Não vamos cair na armadilha de tensionar o debate para dar palanque aos que buscam holofote", pontuou Lira.

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