Em Roraima, Bolsonaro visita abrigo de venezuelanos e critica Maduro
Ele disse que Brasil faz o seu papel para acolher imigrantes do país vizinho, que enfrenta grave crise econômica e social
Brasília|Maurício Ferro, do R7 em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta terça-feira (26) em visita a Roraima, estado que faz fronteira com a Venezuela, que o Brasil “faz o seu papel” para acolher e integrar os venezuelanos no país.
“O que a gente mais gostaria é que a Venezuela voltasse à normalidade para que vocês realmente tivessem a vida que tinham no passado, antes da chegada da ditadura”, disse Bolsonaro numa transmissão ao vivo feita enquanto ele visitava um acampamento de venezuelanos em Boa Vista.
Bolsonaro estava acompanhado do ministro da Cidadania, João Roma, e conversou com vários venezuelanos. Ele foi cercado e abraçado por crianças. O presidente declarou que sabia do “sofrimento” dos imigrantes e criticou o governo do país vizinho. “[Sabemos] o que uma pessoa está fazendo contra vocês na Venezuela”, disse, referindo-se ao presidente Nicolás Maduro, mas sem citá-lo.
Em conversa com uma venezuelana que disse ter 16 anos e uma filha, o presidente perguntou por que ela tinha deixado o país vizinho. “Porque não tem comida para comer”, ela respondeu. Bolsonaro perguntou então se a menina veio a pé para o Brasil, e ela respondeu que sim. “A gente não quer isso para o nosso país. […] Nós temos que ver que o bem maior nosso é a nossa liberdade. As escolhas erradas levam a isso”, disse, então, Bolsonaro.
Sem citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas referindo-se a ele, Bolsonaro afirmou que “o presidente brasileiro do passado ia na Venezuela fazer campanha” para o ex-presidente Hugo Chávez e para o atual presidente, Nicolás Maduro.
“É sempre enganando o povo dizendo: ‘Olha, vou dar o melhor para você. Vou fazer isso de bom para você. O outro é o malvadão’. E conduzindo as pessoas, induzindo a ir para a esquerda, se associar a um socialismo que tem aquele discurso maravilhoso, mas na prática é completamente diferente”, disse.
A menos de um ano da eleição de 2022, Bolsonaro declarou que “não estava reclamando nem fazendo campanha” ao criticar opositores e eventuais adversários no próximo pleito, mas sim mostrando a “realidade”.