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Lula critica gasto de 2 trilhões de dólares em armas de guerra

Segundo o presidente brasileiro, o dinheiro poderia ser utilizado para o combate à fome e à extrema pobreza

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Presidente Lula
Presidente Lula

Após ter se envolvido, recentemente, em uma polêmica com o líder chileno, Gabriel Boric, sobre o conflito na Ucrânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta quinta-feira (20), os gastos com armas para a guerra. "O mundo gastou, desde 2022 até agora, 2 trilhões de dólares em armas de guerra. Isso é gasto. Porque o benefício que se traz é a morte de outros, o benefício que isso traz é a destruição de outros", afirmou Lula durante sanção do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), no Palácio do Planalto, em Brasília.

O programa prioriza a compra de alimentos produzidos pela agricultura familiar e tem orçamento de R$ 500 milhões. Durante a cerimônia de sanção, Lula declarou que as cifras não são gastos, e sim investimentos. Na sequência, o petista citou a viagem que fez à Bélgica para a Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia.

"A fome é uma coisa que não se discute. A pobreza é uma coisa que não se discute. Agora, você imagina pegar 2 trilhões [de dólares] para investir em alimentação. A gente acabaria com a fome de 735 milhões de pessoas que estão passando fome, segundo a FAO. A gente acabaria com isso", completou o presidente.

Boric

Na última quarta-feira (19), após a reunião da cúpula da Celac com União Europeia, em Bruxelas, Lula criticou o presidente chileno, Gabriel Boric, por ter pedido a países latino-americanos e da União Europeia que fossem mais enfáticos na condenação da Rússia pela invasão da Ucrânia. O documento final da cúpula faz menção à guerra, mas não condena Vladimir Putin pela invasão do território ucraniano.


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Lula afirmou que Boric não tem costume de participar de cúpulas internacionais e que o presidente chileno é um “jovem sequioso e apressado". "Não tenho motivo para concordar com o Boric, é uma visão dele", disse. "Eu já tive a pressa do Boric. No meu primeiro ano de mandato, eu ia para reuniões do G7 e queria que tudo fosse decidido naquela hora. Mas ali não é só interesse do Brasil, é interesse de 60 países. A gente tem que entender que nem todo mundo concorda com a gente."

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No início deste mês, apesar das constantes declarações sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, Lula havia dito que não quer "se meter" no conflito, porque a principal guerra com a qual está preocupado é a que luta contra a fome. "O Brasil gosta de todo mundo, e todo mundo gosta do Brasil. É por isso que eu não quero me meter na questão da guerra da Ucrânia e da Rússia. A minha guerra é aqui, contra a fome, o desemprego e a pobreza. Por que vou me preocupar com a briga dos outros?", disse ele na ocasião.

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