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R7 Brasília

Lula entrega ao Congresso projeto com novas regras fiscais para o país

Proposta será analisada em regime de urgência; segundo o texto, despesas públicas vão crescer sempre acima da inflação

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Presidente Lula entrega projeto de lei complementar da nova regra fiscal do governo
Presidente Lula entrega projeto de lei complementar da nova regra fiscal do governo

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entregou ao Congresso nesta terça-feira (18) o projeto de lei do chamado arcabouço fiscal, que vai alterar as regras para o controle dos gastos do governo federal e estabelecer parâmetros para estabilizar a dívida pública do país. Veja aqui a íntegra da proposta.

O projeto foi apresentado por Lula ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ao primeiro-vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), em uma reunião reservada no Palácio do Planalto. A promessa dos parlamentares é dar regime de urgência à proposta e, assim, acelerar a tramitação do texto.

A proposta do arcabouço foi formalizada em um projeto de lei complementar, que exige um quórum diferenciado para aprovação na Câmara e no Senado e o aval da maioria absoluta de ambas as casas (257 deputados e 41 senadores). A votação no Senado é feita em turno único, mas na Câmara realiza-se em dois turnos.

Segundo o projeto, o orçamento para as despesas públicas será definido de acordo com o crescimento das chamadas receitas primárias, que são obtidas com a arrecadação de impostos, taxas, contribuições e aluguéis. A proposta prevê que o governo amplie os gastos públicos em até 70% do que for registrado de crescimento da receita nos 12 meses anteriores.


Apesar disso, o arcabouço tem um segundo limite para a evolução das despesas, que foi definido para impedir uma "gastança" desnecessária diante de cenários positivos na economia. De acordo com a proposta, a ideia é que o governo gaste apenas o que for suficiente para superar a inflação.

O projeto do arcabouço define que o crescimento real dos gatos tenha um piso de 0,6% e um teto-limite de 2,5% ao ano. Na prática, essa regra deve possibilitar que a economia seja estimulada em momentos negativos e, ainda, que o governo não perca o controle das contas públicas diante de cenários mais favoráveis.


A proposta, contudo, deixou 13 despesas de fora dessa regra, entre elas gastos com saúde, educação e meio ambiente. Não ficarão limitadas a esse parâmetro, por exemplo, transferências para o pagamento do piso salarial da enfermagem, despesas com projetos socioambientais ou relativos às mudanças climáticas e o repasse de recursos ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Também ficarão de fora, segundo a proposta:


• transferências constitucionais;

• créditos extraordinários;

• despesas das universidades públicas federais;

• despesas não recorrentes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições;

• precatórios relativos ao Fundeb;

• despesas com aumento de capital de empresas estatais não financeiras e não dependentes;

• despesas custeadas com recursos oriundos de transferências de estados e municípios para a União destinados a obras e serviços de engenharia; e

• despesas relativas à cobrança pela gestão de recursos hídricos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

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