Coronel do Corpo de Bombeiros que concedeu alvará a Kiss em 2009 deve ser ouvido pela polícia esta semana
Delegado informou que pretende terminar inquérito até o dia 26 de fevereiro
Cidades|Do R7, com Rede Record
A Polícia Civil de Santa Maria (RS) pretende ouvir, ainda esta semana, o depoimento do coronel reformado do Corpo de Bombeiros Daniel da Silva Adriano. Ele concedeu o alvará de funcionamento da boate Kiss em 2009, após certificar o Plano de Prevenção de Incêndio apresentado pelo estabelecimento. Segundo o delegado Sandro Meinerz, cerca de 20 testemunhas devem ser ouvidas até sexta-feira (15).
A data limite para a conclusão do inquérito é 26 de fevereiro, quase um mês após a tragédia que deixou 239 mortos em Santa Maria (RS). O delegado informou que pretende concluir o documento dentro do prazo ou, no máximo, pedir mais cinco dias.
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O inquérito já possui mais de 1.700 páginas e, ao todo, 150 pessoas já foram ouvidas. A prisão temporária dos donos da boate Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffmann, e de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo dos Santos e o produtor musical Luciano Leão, vence no dia 3 de março. Caso o inquérito não seja concluído nesta data, a polícia deve pedir a prisão preventiva para que eles continuem detidos.
Incêndio
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, a 290 km de Porto Alegre, aconteceu na madrugada do dia 27 de janeiro e deixou 239 mortos e mais de cem feridos. O fogo teria começado quando a banda Gurizada Fandangueira se apresentava. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se alastraram em poucos minutos.
A casa noturna estava superlotada na noite da tragédia, segundo o Corpo de Bombeiros. O incêndio provocou pânico e muitos não conseguiram acessar a única saída da boate. Os proprietários do estabelecimento não tinham autorização dos bombeiros para organizar um show pirotécnico na casa noturna. O alvará da casa estava vencido desde agosto de 2012.
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Esta é considerada a segunda maior tragédia do País depois do incêndio do Grande Circo Americano, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Em 17 de dezembro de 1961, o circo pegou fogo durante uma apresentação e deixou 503 mortos.