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Crise no ES: mais de 700 policiais são indiciados por revolta e governo fala em reconstruir PM “pedra sobre pedra”

De acordo com sindicato, ao menos 121 mortes violentas foram registradas no Estado em 7 dias

Cidades|Do R7

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O secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia, falou na manhã desta sexta-feira (10) sobre a crise que o estado enfrenta desde sábado (4), com a ausência de policiais militares nas ruas. Após mais de 10 horas de reunião com familiares de parentes de PMs e entidades que representam a classe, não houve acordo e as mulheres decidiram que não vão sair da frente dos batalhões do Estado. Garcia declarou que o objetivo do governo continua sendo "estabelecer a ordem e a segurança" e que irá reconstruir a Polícia Militar.

— É preciso que a gente construa uma nova PM, vai ser pedra sobre pedra. E vamos construir uma que não volte as costas para a sociedade. Esse movimento é inconstitucional e torna a sociedade refém da criminalidade tendo como pano de fundo interesses meramente coorporativos.

Além disso, o comandante geral da PM, coronel Nylton Rodrigues, informou que ao menos 703 policiais foram identificados e serão indiciados pelo crime de revolta — evolução do crime de motim — mas deixou claro que esse número deve ser maior.

— Todos [os casos] serão analisados pela corregedoria e encaminhados ao Ministério Público Militar. Quem for condenado com certeza será excluído.

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Rodrigues disse que "com certeza" o número de PMs indiciados "irá aumentar muito" ao longo do dia e ressaltou que a maioria dos envolvidos são policiais de início de carreira. A patente mais alta já identificada é de subtenente. O coronel defendeu os pedidos de melhoria das condições de trabalho da PM, mas declarou que essa forma de reinvindicação é uma "insanidade" e pede para que policiais voltem às ruas e dialoguem com o governo. 

— Não se negocia com arma na cabeça.

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Sobre a possibilidade de usar agentes das Forças Armadas e da Força Nacional para a desobstrução dos batalhões, Garcia informou que, nesse momento, o foco não será esse. 

— A prioridade é dar segurança para a população. A nossa frente hoje é dar segurança para a população. Não vamos pegar parte do efetivo para tirar mulher da frente de quartel. A possibilidade não está descartada, mas agora eles tem que estar em outras áreas.

O secretário disse ainda que as mulheres líderes do movimento também serão responsabilizadas pelos custos com a mobilização das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança e que irá solicitar mais agentes para reforçar o patrulhamento nas ruas. Um dos objetivos do governo é fazer com que os ônibus voltem a circular em breve. Desde segunda-feira (6), o transporte coletivo na Grande Vitória está irregular e os ônibus foram recolhidos das ruas. Garcia explicou também que um grupo especial da Polícia Civil está apurando os crimes ocorridos nesse período e que irá divulgar um balanço após a resolução da crise. 

De acordo com o Sindipol/ES (Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Espírito Santo) ao menos 121 pessoas foram assassinadas no Estado desde o último sábado. Feito com base em dados do Ciodes (Centro Integrado Operacional de Defesa Social), o número considera as ocorrências até as 10h de hoje e inclui os homicídios no interior e na Grande Vitória.

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