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Dono de piscina com suástica já teve objetos nazistas apreendidos e deu ao filho o nome de Adolf

Professor de história se declarou admirador da ideologia, mas diz que não propaga ideais

Cidades|Caroline Apple e Fernando Mellis, do R7


Polícia Civil flagrou piscina durante operação no Vale do Itajaí
Polícia Civil flagrou piscina durante operação no Vale do Itajaí

Uma foto aérea divulgada pela Polícia Civil de Santa Catarina na terça-feira (2) chocou muitas pessoas. Uma suástica, imagem conhecida como símbolo do nazismo, foi flagrada no fundo de uma piscina em uma casa na cidade de Pomerode. O imóvel pertence ao professor de história Wandercy Antonio Pugliese, que já teve problemas com a Justiça.

Em 1994, Pugliese teve apreendidos pela polícia diversos materiais relacionados ao nazismo, como livros, revistas, fotografias, gravuras do exército alemão, objetos com a cruz suástica e uma camiseta estampada com a imagem de Adolf Hitler.

Na ocasião, ele se declarou admirador da ideologia nazista, mas defendeu que tudo fazia parte de uma coleção pessoal destinada a estudo. A simpatia dele pelo nazismo é tanta que batizou o filho com o nome de Adolf.

O professor chegou a ser denunciado pelo crime de racismo após a apreensão do material na casa dele, mas a ação penal foi arquivada. A acusação só passou a ser considerada crime em 1997, após a aprovação da lei 9.459/97.


Em 2001, a Justiça Federal negou que Pugliese pudesse reaver os objetos apreendidos. No recurso, ele reforçou que o material não era para divulgação dos ideais nazistas.

O delegado Luiz Gross, que recebeu a informação da suástica na piscina, disse que não há o que investigar nesse caso. A imagem está dentro da residência e, por isso, não houve divulgação dela, o que caracterizaria crime.


Wandercy Antonio Pugliese leciona em um cursinho no Vale do Itajaí. Ele já trabalhou em grandes colégios do Estado nos últimos anos. Alunos dele disseram à reportagem que Wander, como é conhecido, nunca pregou a ideologia nazista em sala. O R7 tentou entrar em contato com o professor, mas ele não foi localizado. Após a notícia, moradores da cidade, que tem cerca de 30 mil habitantes, começaram a divulgar ofensas contra ele nas redes sociais.

"É abominável, mas não é crime", diz advogado criminalista


O advogado criminalista Sergei Cobra Arbex afirma que, apesar de "abominável" e "deplorável" esse tipo de comportamento, o fato do professor ter uma suástica na piscina de casa não caracterizaria crime, de acordo com a lei.

Porém, o advogado diz que o caso poderia ganhar força, caso novos indícios aparecessem.

— Só a suástica na piscina não renderia uma investigação, porque a ação da polícia poderia entrar em confronto com a liberdade íntima da pessoa. Mas se outros indícios aparecerem ele poderá ser investigado, mas com todo o respeito e sem invasão. A lei diz que o racismo ele é criminoso quando é feito de forma pública. Apesar de ser uma convicção abominável, não é crime.

Arbex diz que o caso é importante para promover uma discussão sobre como o racismo e a falta de tolerância ainda está presente na sociedade.

— Esbarra na moralidade e o debate é inevitável. Isso é um alerta para quem insiste em ter, mesmo que minimamente, uma conduta nazista.

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