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Greve de rodoviários deixa São Luís (MA) com 100% da frota de ônibus parada

Paralisação parcial começou na última quinta-feira; trabalhadores querem aumento de 16%

Cidades|Do R7, com Fala Brasil e Estadão Conteúdo

Em São Luís, no Maranhão, não há ônibus nas ruas nesta terça-feira (27). Motoristas e cobradores paralisaram 100% da frota. A paralisação parcial começou na última quinta-feira (22). Ainda não houve acordo entre patrões e empregados. Segundo os grevistas, o protesto é por tempo indeterminado. 

O sindicato da categoria informou que os trabalhadores querem um aumento salarial de 16% e reajuste no valor do vale-alimentação. De acordo com a Secretaria de Transporte Público, a determinação do Tribunal Regional do Trabalho era para que 70% da frota continuasse operando.

Os trabalhadores até foram às garagens das 25 empresas de transporte coletivo que atuam em São Luís, no Maranhão, mas não saíram para as ruas na manhã desta terça-feira. A situação é tranquila e não houve confronto entre grevistas e forças de segurança. A perspectiva é de que 750 mil pessoas deixaram de ser transportadas. Este foi o caso da doméstica Cláudia Pereira, de 27 anos.

— Chegar ao trabalho, só de mototáxi, e eles estão arrancando o couro da gente. Paguei R$ 25 por uma viagem que normalmente pagava R$ 10. Mas, se não fosse assim, não conseguiria chegar ao trabalho.


Outros trabalhadores, como o pedreiro Raimundo Nonato Souza, de 43 anos, organizaram-se para se deslocar de carona.

— O jeito é contar com a solidariedade dos colegas que têm carro. Não tenho nada a ver com essa luta e preciso trabalhar. Vou de qualquer jeito.


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Grevistas


O Sttrema (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão) organizou a paralisação total nesta terça-feira depois que os empresários do setor não atenderam as reivindicações dos trabalhadores, que pediram 16% de aumento salarial, reajuste do tíquete-alimentação para R$ 500, inclusão de um dependente no plano de saúde, além da implantação do plano odontológico.

A radicalização do movimento grevista aconteceu depois de quatro dias de greve em que entre 45% e 60% da frota circulava. O presidente do Sttrema, Gilson Coimbra, garantiu que todos os itens pedidos pela Justiça do Trabalho foram cumpridos e que a paralisação total segue por tempo indeterminado.

— Até o momento, nós cumprimos com todos os itens pedidos pela justiça do Trabalho. Com 70% da frota nas ruas, não podemos nem considerar que há paralisação. Os empresários nunca nos apresentaram uma contraproposta sequer, e nós é que não podemos permanecer nessa situação. É por tempo indeterminado.

Coimbra disse ainda que a diretoria do sindicato se reuniu na segunda-feira (26), para traçar novas estratégias para o movimento.

A greve com 100% desobedece uma determinação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que determinava que 70% da frota deveria circular. O Sttrema já foi multado em R$ 96 mil por descumprir a ordem judicial. Coimbra afirmou que o sindicato vai recorrer para não pagar a multa.

Patrões

A situação deve perdurar por mais tempo, porque os empresários alegam que não podem oferecer aumento aos trabalhadores por causa da defasagem do preço da passagem, como ironiza o presidente do SET (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís), José Luiz de Oliveira Medeiros.

— Era nada e vai continuar nada.

Ele disse ainda que os empresários não vão ceder à pressão do rodoviários.

— Ainda não tem nenhuma reunião agendada, mas, veja bem, se o sindicato chamar os empresários para uma reunião, não vai alterar, não vai mudar nada. Esperamos um posicionamento da Prefeitura de São Luís para saber como podemos resolver essa situação.

Os empresários alegam que têm um prejuízo de R$ 9 milhões por mês para manter a frota de pouco mais de mil coletivos em circulação. Eles sugerem que seria necessário reajustar a tarifa dos atuais R$ 2,20 para R$ 2,70, como diz o presidente do SET.

— É lamentável ir a uma negociação sem condições de oferecer nada, é desgastante para as duas partes. Por isso, não foi possível esse entendimento.

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