O técnico em manutenção industrial Émerson Guimarães, de 41 anos, está revoltado com a repercussão da cesariana que a mulher dele foi obrigada a realizar após uma decisão judicial. O caso aconteceu no município de Torres, litoral norte do Rio Grande do Sul, na última terça-feira (1º). Guimarães declarou ao R7 que pretende entrar na Justiça por entender que sua mulher foi impedida de realizar o parto da forma que queria. — Essa doutora tirou o direito da minha esposa de [fazer] parto natural, colocou ela em risco fazendo uma cirurgia e me tirou o direito de ver o nascimento da minha filha. A dona de casa Adelir Carmen Lemos de Goes, de 29 anos, grávida de 42 semanas, procurou o hospital depois de sentir dores abdominais e lombares. A médica que atendeu à paciente disse que o bebê estava sentado e que não seria possível fazer um parto normal, como Adelir gostaria. A grávida, que já teve outros dois filhos por cesáreas, contrariou a recomendação médica, assinou um termo de compromisso e saiu do hospital. A médica, então, acionou o Ministério Público e a Justiça determinou que policiais militares buscassem a gestante em casa para realização do parto. Na terça-feira (1º), a jovem fez a cesariana e deu à luz uma menina.Mães apostam em parto humanizado e relatam coragem, dor e emoçãoVocê concorda com a decisão judicial que obrigou uma mulher grávida a fazer uma cesariana? Guimarães afirma que Adelir aguardava em casa o momento ideal para realização do parto natural quando a polícia chegou. — Estão achando que ela é uma irresponsável. [...] O que ninguém entende é que a doutora não confirmou, em nenhum momento, que ela estava certa. A gente pediu exames, ela não fez exames de ecografia para mostrar que a criança [estava sentada]. O marido explica que o casal optou pelo parto normal por orientação médica, que foi passada após o nascimento do segundo filho de Adelir. — Foi o médico que fez a cesárea da menina de dois anos [segunda filha do casal] que orientou a gente: "Olha, ela não pode passar por outra cesárea, que ela pode ficar na mesa de cirurgia". Leia mais notícias de Cidades No entanto, Guimarães não lembra o nome do médico que deu essa recomendação. O marido contou, ainda, que por volta da 1h30 de terça-feira, dia em que foi feito o parto, uma oficial de Justiça e nove policiais militares chegaram na casa da família. Ele ainda tentou argumentar, mas não adiantou. — Já estavam com algemas na mão para me prender. Eu tive que ceder, não tive outra opção. Relembre o caso: