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Polícia corrige transcrição de médica suspeita de mortes em Curitiba de 'assassinar' para 'raciocinar' 

Conversa gravada entre a suspeita e outra pessoa foi anexada ao inquérito policial

Cidades|com R7

Chefe da UTI de um dos maiores hospitais da cidade foi presa em 19 de fevereiro
Chefe da UTI de um dos maiores hospitais da cidade foi presa em 19 de fevereiro Chefe da UTI de um dos maiores hospitais da cidade foi presa em 19 de fevereiro

A Polícia Civil cometeu um erro na transcrição de uma escuta telefônica anexada ao inquérito policial que resultou na prisão da médica Virgínia Soares de Souza, chefe da UTI do Hospital Evangélico, em Curitiba, acusada de induzir a morte de pacientes. A palavra "raciocinar" foi transcrita como "assassinar" no documento, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.

Virgínia foi presa no dia 19, acusada de homicídio qualificado. O advogado de defesa, Elias Mattar Assad, apontou o erro como um dos fatos que "fizeram diferença e provocaram a prisão temporária e, em seguida, preventiva" de sua cliente.

— Podemos afirmar que esse erro foi o marco inicial do processo de demonização dela.

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No texto transcrito de uma conversa gravada pela polícia às 15h29 do dia 24 de janeiro, entre a médica e outra pessoa de nome Rodolfo, Virgínia teria dito: "Nós estamos com a cabeça bem tranquila pra raciocinar, pra tudo, né". Mas na transcrição do diálogo, ela diz "assassinar" em vez de raciocinar.

A Polícia Civil informou por meio de nota que "em meio aos autos há uma corrigenda substituindo o verbo ‘assassinar’ por ‘raciocinar’". A correção teria sido feita no último sábado (23).

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A delegada do Nucrisa (Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde) Paula Brisola manteve o silêncio sobre o caso e reafirmou que falará sobre o assunto somente depois de conversar com os familiares de Ivo Spitzner, Paulo José da Silva, Pedro Henrique Nascimento, André Luis Faustino e Luiz Antônio Propst, que morreram entre os dias 24 e 28 de janeiro deste ano na UTI do hospital. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Entenda o caso

A chefe da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (PR) foi presa no dia 19 de fevereiro por policiais do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde. Virgínia Helena Soares de Souza, de 56 anos, é suspeita de ter antecipado a morte de pacientes internados na unidade.

As investigações começaram há um ano, após denúncias de funcionários do próprio hospital, que é considerado um dos mais importantes da cidade. Ela foi indiciada por homicídio qualificado, por não haver chance de defesa das vítimas.

Virgínia chefiava, desde 2006, a UTI geral do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. O setor fica no quarto andar do prédio, local onde a vigilância sanitária encontrou, em 2012, cinzeiros com cinzas e também bitucas de cigarro.

Em nota divulgada no dia da prisão, o Hospital Universitário Evangélico disse que abriu sindicância interna para apurar os fatos, que reconhece a competência profissional de Virgínia e que “desconhece qualquer ato técnico dela que tenha ferido a ética médica”. Toda a equipe do setor foi trocada.

Também por meio de nota, a médica se disse vítima de ex-funcionários. O filho dela, Leonardo Marcelino, e o advogado, Elias Mattar Assad, disseram que tudo “é um grande erro da polícia” e que as denúncias “são baseadas em depoimentos e não em provas”.

Apesar de estar na UTI do hospital desde 1998 e chefiar o setor há sete anos, Virgínia não era especialista na área. Segundo a polícia, quem assinava por ela como chefe da unidade era outro médico. Ela assumiu o cargo, que era do marido, depois que ele morreu.

No dia 23 de fevereiro, a Justiça expediu quatro mandados de prisão para três médicos e uma enfermeira. Os anestesistas Edson Anselmo da Silva Júnior, Maria Israela Boccato e Anderson de Freitas foram levados à delegacia no mesmo dia. A enfermeira Laís Grossi se apresentou no dia 25 do mesmo mês.

Os médicos presos negam qualquer conduta antiética e foram orientados pelo advogado de Virgínia a ficarem calados. Foi iniciada uma investigação dentro do hospital, inclusive com membros do Ministério da Saúde, para constatar eventuais irregularidades praticadas pela médica ou por outros profissionais.

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